Cerca de um milhar de pessoas deixou a vila de Léré, no noroeste do Mali, para se refugiar na vizinha Mauritânia, fugindo a eventuais combates entre o exército maliano e rebeldes tuaregues que tomaram um campo militar nos arredores.
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«Três centenas de famílias, num total de mil pessoas, a maioria do Mali deixaram Léré e cruzaram a fronteira de Fassala», cidade mauritana a cerca de 50 milhas a oeste, garantiu o autarca de Léré, Mohamed Tiounlé, à agência noticiosa francesa AFP.
A mesma fonte acrescentou que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) já tinha alertado para uma situação destas, uma vez que «os refugiados vivem com medo».
Um professor local confirmou também que pelo menos 1150 pessoas deixaram Léré em direcção a Fassala.
«É o medo que os está a fazer partir, especialmente agora que Léré está mergulhada na escuridão porque os rebeldes têm-se apoderado de todo o combustível dos geradores que abastecem a cidade com electricidade e água potável», acrescentou.
Duas outras testemunhas ouvidas pela AFP confirmaram estas informações, acrescentando que, antes de se retirarem para cerca de 30 quilómetros fora da cidade, os rebeldes tuaregues destruíram e arrancaram os painéis solares que forneciam energia eléctrica ao Centro de Saúde Comunitário de Léré e que assaltaram as lojas de comida, para se abastecerem.
Fontes militares garantiram que um reforço do exército maliano partiu hoje para Léré, para reconquistar o campo militar tomado pelos rebeldes.
Rebeldes tuaregues do Movimento Nacional para a Libertação da Azawad (MNLA), lançaram há dez dias uma ofensiva em diferentes regiões do norte do Mali e atacaram quatro cidades, em combates com o exército maliano que provocaram dezenas de mortes em ambas as partes.