
Reuters
Nos últimos dois anos, depois do corpo do pequeno Aylan Kurdi ter dado à costa, mais 8500 pessoas morreram ao tentar chegar à Europa através do Mediterrâneo.
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No dia 2 de setembro de 2015 o mundo acordava sobressaltado com a imagem do corpo de um menino de três anos junto ao mar numa praia turca. Aylan Kurdi, da Síria, viajava com a família e encontrou a morte no Mediterrâneo, tendo-se transformado no rosto da crise humanitária.
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Desde então, muitos outros Aylan Kurdis perderam a vida na viagem pelo Mediterrâneo. São pelo menos essas as contas feitas pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. A maioria das vítimas partiu da Líbia em direção a Itália, da Turquia em direção à Grécia e, mais recentemente, de Marrocos para Espanha.
O Alto Comissariado diz que, apesar de nestes últimos dois anos o número de refugiados a chegarem à Europa ter baixado drasticamente, a viagem no Mediterrâneo continua a ser extremamente perigosa.
As restrições impostas às viagens para a Europa através da Líbia e aos percursos entre a Turquia e a Grécia são parcialmente responsáveis pela redução do número de pessoas que chegam, mas isso está a fazer com que centenas arrisquem a vida atravessando o Estreito de Gibraltar, de Marrocos para Espanha, em barcos insufláveis e pequenas embarcações de pesca.
A agência das Nações Unidas repetiu o apelo à comunidade internacional para tentar prevenir futuras tragédias, já que as condições continuam muito difíceis em países como a Síria e as pessoas vão continuar a procurar soluções desesperadas para salvarem a vida.
As crianças são as que mais preocupam já que mais de 90% viajam sozinhas. Foi esse o caso dos 13700 menores que chegaram nos primeiros sete meses deste ano a Itália através do Mediterrâneo.
Alain Kurdi viajava acompanhado pelo resto da família, o pai, a mãe e um irmão. Apenas o pai, Galib, sobreviveu. Ainda esteve na Europa durante uns meses mas acabou por se mudar para o norte do Iraque.