Autoridades estimam que o navio Aquarius demore até quatro dias a fazer o percurso que o separa de Valência. Desembarque é urgente, alertam Médicos Sem Fronteiras.
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Os refugiados que estão no navio Aquarius vão ser divididos por três embarcações para tentar chegar mais rapidamente a Espanha, avança a vice-presidente do governo de Valência, citada pelos órgãos de comunicação espanhóis.
Os Médicos Sem Fronteiras avisaram esta terça-feira que o navio pode não conseguir chegar a Valência devido ao agravamento das condições no mar. A viagem pode durar três a quatro dias e o navio teria de ser reabastecido no mar.
O diretor de comunicação do porto de Valência, Vicent Palací contou esta manhã à TSF que a decisão do governo espanhol em abrir portas ao Aquarius neste porto foi uma "surpresa", mas está tudo pronto para receber os refugiados.
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"Sabemos que temos de estar preparados, mas nada em concreto", diz Vicent Palací.
No navio Aquarius permanecem 629 pessoas resgatados do mar em várias operações durante sábado, incluindo doentes, 123 menores desacompanhados e sete mulheres grávidas.
Os Médicos Sem Fronteiras pediram um porto alternativo onde possam atracar rapidamente, para poderem cuidar dos refugiados doentes.
A Córsega mostrou-se disponível esta manhã para acolher o Aquarius antes de o navio seguir para Valência.
"Falta de comida, más condições climáticas e o porto espanhol muito longe: devido a esta emergência, o conselho executivo da Córsega propõe-se a acolher o Aquarius", escreveu Gilles Simeoni, presidente do conselho executivo da Córsega, na sua página oficial da rede social Twitter.
Autarca de Madrid quer acolher até 100 migrantes
A presidente da Câmara de Madrid, Manuela Carmena, disse esta terça-feira que a capital espanhola pode acolher 20 famílias, até um máximo de 100 pessoas.
A autarca pediu ao chefe do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, que sejam acolhidas na capital 100 pessoas que estão a bordo do navio.
A vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, pediu ao presidente da Federação Espanhola de Municípios e Províncias (FEMP), Abel Caballero, que coordene as ofertas que estão a chegar aos municípios para hospedar os 629 migrantes do "Aquarius".
A Câmara de Madrid está a aguardar que o Governo central aceite a oferta, segundo fontes municipais.
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Por ordem das autoridades italianas, que recusou o desembarque do navio nos seus portos, o navio Aquarius mantém-se em alto mar, a 35 milhas de Itália e a 27 milhas de Malta, segundo a organização não-governamental SOS Mediterranée.