Eurodeputado português esteve em Roraima e apercebeu-se da "tensão" que já existia em junho.
Corpo do artigo
Francisco Assis, que em junho liderou uma visita do Parlamento Europeu ao estado brasileiro de Roraima, saliente que o que se está a passar neste momento já era previsível na altura.
"Vivia-se já um ambiente de alguma tensão", recorda, explicando que "embora o número de cidadãos venezuelanos que está neste momento no Brasil não seja muito elevado, estão praticamente todos no mesmo Estado, que é o Estado Roraima".
TSF\audio\2018\08\noticias\19\02_francisco_assis_1
Este é, relembra o eurodeputado socialista, "um dos estados mais pobres do Brasil", o que torna "muito difícil" os refugiados deixarem o local, até porque "para saírem dali têm de atravessar o chamado sistema amazónico, toda a zona da região amazónica".
Essa travessia só pode ser feita de barco ou de avião, algo difícil e caro para os migrantes que fugiram da Venezuela por falta de condições de vida.
"O Governo brasileiro estava muito empenhado em promover aquilo que designam como internalização dos refugiados venezuelanos, a sua transferência para outros estados brasileiros mas estavam a deparar-se com algumas resistência e dificuldades", já que havia "muitas resistências" dos outros estados.
TSF\audio\2018\08\noticias\19\03_francisco_assis_2
Francisco Assis assegura ainda que o Brasil não é o único país a receber refugiados na crise da Venezuela, até pelo contrário.
"Este problema coloca-se com todos os países da zona, com o Equador de forma dramática, coloca-se com a Colômbia, com o Peru que tem, aliás, números de refugiados muito maiores que o Brasil. Neste momento todos os países que têm fronteiras ou que estão próximos da Venezuela estão confrontados com este problema dos refugiados e até alguns países europeus", explicou, garantindo que os países "têm poucos meios para receber [os refugiados] e a pressão é cada vez maior".