O regime de Damasco criticou hoje "a parcialidade" do emissário da ONU para a Síria por ter denunciado um ataque do exército em Douma no fim de semana, que causou 96 mortos.
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"Staffan de Mistura afasta-se, com as últimas declarações, da imparcialidade no exercício da sua missão, ao fazer afirmações desprovidas de objetividade", disse uma fonte do ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, citada pelos media oficiais.
O emissário da ONU "baseia-se na propaganda de meios conhecidos pela hostilidade à Síria", denunciou a mesma fonte, que pediu o anonimato, numa referência à oposição síria.
Na segunda-feira, Mistura afirmou que "o bombardeamento do governo em Duma, ontem (domingo), foi devastador", e acrescentou ser "inaceitável que um governo mate os seus próprios cidadãos, independentemente das circunstâncias".
Pelo menos 96 pessoas, na grande maioria civis, morreram numa série de bombardeamentos que visaram um mercado muito frequentado no centro de Douma, principal cidade rebelde na província de Damasco, situada a 13 quilómetros a nordeste da capital síria.
A reação do regime de Bashar al-Assad às declarações de Staffan de Mistura surge algumas horas depois da adoção pelo conselho de segurança da ONU de um novo plano de paz para a Síria.