Regiões e cidades europeias pedem 200 mil milhões de euros para adaptação às alterações climáticas
Atualmente, a União Europeia já gasta cerca de 40 mil milhões de euros para se adaptar às alterações climáticas, e o Comité das Regiões antecipa que sejam precisos 130 mil milhões de euros para contrariar um aumento da temperatura média global, sendo que o valor pode chegar aos 200 mil milhões
Corpo do artigo
Numa altura em que as inundações e o calor extremo, as secas e os incêndios são cada vez mais frequentes na Europa, as regiões e cidades europeias pedem até 200 mil milhões de euros por ano para investirem na adaptação às alterações climáticas.
O impacto das alterações climáticas é um dos destaques do relatório anual sobre o Estado das Regiões e Municípios 2024 apresentado esta manhã pelo presidente do Comité Europeu das Regiões, Vasco Cordeiro, em Bruxelas, onde durante uma semana vão ser debatidas políticas de coesão.
Atualmente, a União Europeia já gasta cerca de 40 mil milhões de euros para se adaptar às alterações climáticas, e o Comité das Regiões antecipa que sejam precisos 130 mil milhões de euros para contrariar um aumento da temperatura média global de pelo menos dois graus Celsius.
Já se o aquecimento global subir três a quatro graus, vão ser necessários 200 mil milhões de euros por ano.
Numa altura em que a União Europeia quer tornar-se no primeiro bloco a atingir a neutralidade climática, as regiões e municípios reclamam ser responsáveis por 70% das políticas de redução dos impactos das alterações climáticas, e por 90% das medidas para adaptação às mesmas.
Oito em cada dez euros aplicados em políticas ambientais são gastos a nível local, números que levam as regiões e municípios a pedirem apoio específico para implementarem o Pacto Ecológico Europeu.
O documento sublinha ainda a necessidade de reconhecer as disparidades regionais e evitar uma abordagem única na transição verde.
De acordo com o relatório elaborado pelo órgão consultivo que representa as autoridades locais regionais europeias, é referido que um em cada quatro pessoas na Europa vive em zonas rurais, que por sua vez representam 75 por cento do território europeu e são essenciais para a agricultura e economia.
Assim, o Comité das Regiões sublinha a necessidade de estratégias de apoio ao desenvolvimento vida rural para um ambiente com elevada qualidade de vida, com negócios inovadores e agricultura sustentável.
Neste aspeto, o município da Lousã é referido nos casos de sucesso por ter revitalizado aldeias e territórios outrora abandonados
combinando desenvolvimento rural, turismo e proteção e valorização da floresta.
Também pela positiva, no plano político, o relatório destaca que os europeus nunca confiaram tanto nas autoridades locais e regionais.
O nível de confiança passou de 42,6% (em 2014) para 60% (em 2024).
Já os governos nacionais merecem a confiança de apenas 30 por cento dos europeus, enquanto a União Europeia tem a confiança de 50%.