Na apresentação das novas verbas, o primeiro-ministro britânico alertou que não reforçar o apoio a Kiev pode fortalecer Putin e os seus "aliados na Coreia do Norte, no Irão e noutros países".
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O Reino Unido aumentou o financiamento de ajuda militar à Ucrânia para fazer face à "gravidade da situação", justificou esta sexta-feira o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, durante uma visita a Kiev.
O aumento de 2,3 mil milhões de libras (cerca de 2,7 mil milhões de euros ao câmbio atual) nos dois anos anteriores para 2,5 mil milhões de libras (cerca de 2,9 mil milhões de euros) em 2024 "representa a gravidade da situação e a nossa determinação em apoiar a Ucrânia", afirmou Sunak, em declarações aos jornalistas na capital ucraniana, transmitidas pela estação britânica Sky News.
De acordo com um comunicado emitido durante a noite passada, o financiamento vai centrar-se em mísseis de longo alcance, defesa aérea, munições de artilharia e segurança marítima.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou que o enfraquecimento do apoio à Ucrânia pode fortalecer os inimigos do Ocidente, citando a Rússia, o Irão e a Coreia do Norte.
"Se Putin ganhar na Ucrânia, não vai ficar por aqui e os nossos adversários em todo o mundo vão acreditar que não temos paciência nem recursos para guerras longas. Se vacilarmos agora, vamos encorajar não só Putin, mas também os seus aliados na Coreia do Norte, no Irão e noutros países", afirmou numa conferência de imprensa em Kiev com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
As autoridades ucranianas congratularam-se com o anúncio do Reino Unido, apontando-o como prova de que o apoio ocidental à sua luta contra o seu vizinho maior não está a diminuir, como alguns temiam.
"Este é um sinal para o mundo: a Ucrânia não está sozinha", disse Zelensky.
Os dois líderes assinaram um acordo bilateral de segurança "inédito" para os próximos dez anos, o qual permanecerá em vigor até que a Ucrânia consiga a adesão à NATO.
Os pormenores do acordo serão divulgados mais tarde, segundo as autoridades.
"Não se trata de uma simples declaração. Trata-se de uma realidade que se concretizará em resultado da nossa cooperação, incluindo os compromissos de segurança de uma grande potência mundial, o Reino Unido", escreveu Zelensky na rede social X.
Pelo menos 200 milhões de libras (cerca de 233 milhões de euros) serão gastos para adquirir e produzir milhares de drones (aparelhos não tripulados) militares para a Ucrânia, incluindo drones de vigilância, de ataque de longo alcance e drones marítimos.
Com este último anúncio, o Reino Unido estima já ter contribuído com quase 12 mil milhões de libras (cerca de 14 mil milhões de euros) em ajuda militar e humanitária para a Ucrânia.
Os Estados Unidos, o maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, deram a 44,2 mil milhões de dólares (cerca de 40,3 mil milhões de euros) a Kiev desde o início da guerra, de acordo com dados do Departamento de Estado norte-americano.