"Os responsáveis pelo tratamento brutal infligido a Navalny não devem ter ilusões: iremos responsabilizá-los", prometeu David Cameron.
Corpo do artigo
O Reino Unido anunciou esta quarta-feira sanções contra seis funcionários da cadeia no Ártico onde morreu o opositor russo Alexei Navalny, exigindo uma investigação transparente e que os seus restos mortais sejam entregues imediatamente à família.
O diretor da colónia penal de Kharp, Vadim Kalinin, e cinco deputados estão sujeitos a proibições de viagens ao Reino Unido e verão congelados quaisquer bens em solo britânico, informou o Governo britânico, num comunicado.
"Os responsáveis pelo tratamento brutal infligido a Navalny não devem ter ilusões: iremos responsabilizá-los", prometeu o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, acrescentando que a morte do opositor se deve à ameaça que ele constituía para o regime do Presidente Vladimir Putin.
"Ninguém deve duvidar da natureza opressiva do sistema russo", insistiu Cameron, que pretende aproveitar a sua presença numa reunião do G20 no Brasil para denunciar a "agressão russa" na Ucrânia junto do seu homólogo russo, Serguei Lavrov.
O Reino Unido, que convocou um importante diplomata russo na sexta-feira, exigiu que o corpo de Navalny fosse "entregue imediatamente à sua família" e que fosse iniciada "uma investigação completa e transparente" sobre a morte do opositor do Kremlin.
De acordo com a administração penitenciária russa, Navalny morreu em 16 de fevereiro na colónia penal número 3 na localidade de Kharp, uma prisão de segurança máxima onde estava detido desde o final de 2023 e cumpria pena de 19 anos por "extremismo".
Segundo elementos próximos de Navalny, os investigadores russos disseram na segunda-feira que não devolveriam os seus restos mortais por pelo menos 14 dias, para realizar uma perícia legal ao cadáver.