A Primeira-ministra britânica, Theresa May, não tem dúvidas que os dois suspeitos pertencem ao serviço de informação militar russo.
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Procuradores britânicos dizem ter provas suficientes para avançar com uma acusação contra dois cidadãos russos por conspirarem para tentar assassinar Sergei e Yulia Skripal. Alexander Petrov e Ruslan Boshirov são os suspeitos já identificados pelas autoridades inglesas.
De acordo com o The Guardian, a polícia avançou esta quarta-feira que os suspeitos viajavam com passaportes russos e chegaram ao Reino Unido num voo da Aeroflot dias antes do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e da sua filha, havendo provas suficientes para acusar os dois cidadãos.
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Tudo indica que os suspeitos serão acusados de conspiração para assassinar Sergei Skripal, Yulia Skripal e Nick Bailey, de uso e posse de novichok - um agente nervoso altamente mortífero - e de ofensas intencionais à integridade física de Yulia Skripal e Nick Bailey (um polícia sujeito ao mesmo agente nervoso que os Skripal).
Alexander Petrov e Ruslan Boshirov não serão os verdadeiros nomes dos dois homens de cerca de 40 anos. Ambos chegaram ao aeroporto de Gatwick, vindos de Moscovo, no dia 2 de março e entraram no país com identidades falsas.
No dia seguinte deslocaram-se a Salisbury, para aquilo que a polícia considera ter sido uma visita de reconhecimento. No dia 4 regressaram à vila e foram filmados por câmaras de vigilância junto à casa dos Skripal.
A Scotland Yard suspeita que o agente nervoso novichok terá sido transportado num frasco de perfume e pulverizado na porta da casa onde vivia o ex-espião. A embalagem terá sido depois abandonada. Foi encontrada em julho por um cidadão britânico que, julgando que se tratava de um perfume, entregou o frasco à companheira, mulher que morreu nove dias depois.
Sue Hemming, do serviço de procuradoria, explicou que é muito provável que "um júri objetivo, imparcial e razoável, devidamente orientado e agindo de acordo com a lei" venha a condenar os dois suspeitos.
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As autoridades não vão, contudo, pedir a extradição destes homens, uma vez que a constituição russa não o permite. No entanto, foi emitido um mandado de detenção europeu e caso os suspeitos viajem para um país onde o mandado seja válido serão presos e enfrentarão a extradição sobre as acusações, para as quais não há prazo de prescrição.
Entretanto, o ministério das Relações Externas da Rússia informou que os nomes dos dois suspeitos "não significam nada" para Moscovo, adiantou a agência de notícias RIA.
Já Theresa May sublinhou que estava certa quando, em março, acusou a Rússia de estar envolvida no envenenamento. Para a primeira-ministra britânica é claro que os dois suspeitos pertencem ao serviço de informação militar russo.
Recorde que o ex-agente russo Sergei Skripal e a filha Yulia foram envenenados com um agente neurotóxico no Reino Unido, tendo sobrevivido ao ataque. As autoridades inglesas anunciaram em abril deste ano que os dois estavam a ser vigiados há, pelo menos, cinco anos pelo serviço de informação militar russo.