Rejeição do acordo nuclear iraniano pelo Congresso dos EUA é um voto para a guerra
Num discurso claramente dirigido ao Congresso, o presidente norte-americano lembrou que a via diplomática é sempre preferível a uma ação militar.
Corpo do artigo
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou esta quarta-feira que uma eventual rejeição pelo Congresso norte-americano do acordo nuclear alcançado entre o Irão e as potências internacionais levaria a uma guerra no Médio Oriente.
Num discurso proferido na Universidade Americana, de Washington, Barack Obama insistiu na necessidade do Congresso aprovar o acordo nuclear com o Irão e sublinhou que a discussão sobre o acordo nuclear com o Irão é o mais importante debate, em matéria de política externa, desde a autorização do uso da força militar no Iraque em 2002.
Obama defendeu que qualquer ação militar para impedir que o Irão consiga armas nucleares vai ser sempre muito menos eficiente do que este acordo. E, por isso, é preciso dar uma oportunidade à via diplomática.
Aos críticos, o Presidente deixou a garantia: "se o Irão nos enganar podemos apanhá-lo e vamos fazê-lo". Obama lembrou que, em caso de violação do acordo, "todas as sanções vão ser retomadas". "Não precisamos do apoio de outros membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os Estados Unidos podem fazê-lo sozinhos", frisou.
Após 21 meses de negociações, o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- e a Alemanha) e o Irão alcançaram a 14 de julho deste ano na capital austríaca um acordo que visou acabar com 13 anos de tensões acerca do dossier nuclear iraniano.
O acordo impõe limites estritos às atividades nucleares do Irão durante pelo menos uma década e apela para o controlo rigoroso das Nações Unidas, esperando as potências mundiais que torne praticamente impossível a possibilidade de Teerão criar uma bomba atómica.
Em troca, serão levantadas as sanções internacionais, que cortaram num quarto as exportações de petróleo do quinto maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e estrangularam a economia iraniana, e serão desbloqueados milhares de milhões de dólares em ativos que estavam congelados.
O Congresso tem até 17 de Setembro para votar uma resolução sobre este acordo e que a administração norte-americana considera uma passo histórico.