Relatório alerta. Médicos devem referenciar crianças ao primeiro sinal de autismo
Novo relatório da Academia Americana de Pediatria encoraja o diagnóstico e tratamento precoce das crianças com autismo. Estima-se que a perturbação afete 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
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A Academia Americana de Pediatria lançou, esta segunda-feira, novas diretrizes para o tratamento do autismo. Há 12 anos que não eram lançadas novas indicações para ajudar os médicos a identificar as crianças em risco e os procedimentos mais adequados.
De acordo com o novo relatório, os médicos devem, a partir de agora, procurar sinais durante todas as consultas dos bebés e referenciar as crianças para tratamento ao primeiro sinal de um problema - em vez de esperar por uma avaliação formal do autismo.
"O benefício de identificar as crianças com autismo tão cedo quanto possível é que se pode logo referenciá-las para tratamento", o que pode fazer toda a diferença, explicou Susan Levy, pediatra e coautora do relatório, em declarações à agência Reuters. "Este relatório foca-se na sensibilização dos pediatras e de outros prestadores de cuidados de saúde para todos os problemas e para um diagnóstico e referenciação precoce das crianças com autismo", indicou a especialista.
O relatório encoraja ainda os médicos a partilharem as decisões sobre a saúde das crianças com as famílias e a ajudá-las a construir um plano para a transição para a adolescência e para a idade adulta
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Desde 2007, quando a Academia Americana de Pediatria emitiu diretrizes pela última vez, o número de crianças diagnosticadas com autismo subiu drasticamente nos Estados Unidos da América: o autismo afeta agora uma em cada 59 crianças no país (em vez de uma em cada 155, como indicavam os dados da altura).
A Academia Americana de Pediatria assegura que, desde então, os investigadores desenvolveram um maior conhecimento sobre os potenciais fatores de risco e os genes que contribuem para o autismo, sobre os comportamentos verificados nas crianças com esta perturbação e sobre as intervenções que produzem melhores resultados.
Mais de 5 milhões de norte-americanos vivem com autismo, um espetro de perturbações marcadas por dificuldades na comunicação e interação social e por comportamentos repetitivos.
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, cerca de 40% das pessoas com autismo têm problemas intelectuais e entre 40% a 60% sofrem de problemas de ansiedade. Outros dos problemas causados por esta perturbação são: défice de atenção, hiperatividade, problemas de fala e distúrbios de sono e alimentares.