Mais uma vez, as mulheres e crianças partem e os homens ficam. "Ter bombas a rebentar sobre as nossas cabeças não é um ambiente para crianças."
Corpo do artigo
Nesta quinta-feira, mais ucranianos do que nos dias anteriores rumaram à estação de caminho-de-ferro de Kiev para sair da cidade na direção oeste. Os últimos ataques aos alvos civis desde o início da semana, que causaram até agora sete vítimas mortais, seguidos de 36 horas de recolhimento até hoje de manhã foram a gota de água para muitos. Mais uma vez, as mulheres e crianças partem e os homens ficam.
Em particular, casais com bebés que tinham ainda ficado em Kiev, decidiram sair mesmo esta manhã. Dizem que "ter bombas a rebentar sobre as nossas cabeças não é um ambiente para crianças". Como é o caso desta família de Kiev, Nikolai e Ina com a sua filha ainda bebé, Nicola. Tinham pensado ficar mas esta semana tudo mudou e não querem esperam mais. A mãe parte com a filha para Lviv, o pai ficar para combater no exército. Outro caso, Tanya é de Chernihiv, cidade a norte de Kiev que foi completamente arrasada. Diz que não sabe se a sua casa está ainda de pé, o seu namorado de 23 anos, Vadim ficou para combater.
14688391
Neste caso, Vadim era já um militar antes da guerra. Tanya espera um comboio que a vai levar ao encontro da familiares a Poltava. À praça da estação de comboio Kiev chegam também carrinhas e carros particulares que vão evacuando as cidades de aldeias sobre ataque russo. Ainda durante a madrugada um prédio habitacional em Darnitskyi, parte oriental de Kiev, que foi atingido nos últimos andares por fragmentos dum rocket intercetado pela defesa aérea ucraniana. Este incidente provocou uma vítima mortal e três feridos. A vítima era uma idosa que vivia sozinha. Kiev vai resistindo porque os abastecimentos de comida e bens essenciais continuam a fluir, ainda há várias auto-escadas para entrar e sair da cidade mas os vários checkpoints de controlo provocam um trânsito artificial numa cidade a meio gás. Como um formigueiro que depois de atacado sai à rua para atacar e perceber se é preciso fugir. Contra ofensivas aéreas disparadas a alvos civis somos todos formigas, mesmo os jornalistas que cobrem o conflito, e quatro já foram mortos desde o início da guerra.