Reportagem TSF: aprender a cuidar dos feridos (também) é enviar uma mensagem
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Em Lviv, os ucranianos estão organizados e não descuram nenhum pormenor. A sede do centro de veteranos de guerra da cidade é, agora, um espaço onde enfermeiras dão formação de primeiros socorros à população e nem mesmo o alerta das sirenes desmobiliza os voluntários que querem saber como ajudar em caso de bombardeamento.
Olga, enfermeira, explica como se dividem os três grupos para as aulas de primeiros socorros, que duram duas horas, sem intervalos. No primeiro, aprende-se a fazer manobras de reanimação, noutro como tratar de feridas e, no terceiro, como se faz a imobilização de pernas e braços. Todos os alunos rodam pelos três cenários da aula prática.
Na sede do centro de veteranos de guerra de Lviv, a antiga deputada Oksana Yurynets é talvez a pessoa mais agitada e enérgica. Fala em ucraniano, sem parar, tem um discurso fluido e entusiasmado. Integra as comissões que preparam a adesão da Ucrânia à NATO e à União Europeia. Diz que, seja dia ou noite, não larga o telefone.
"Falo com os meus amigos internacionais, dos Estados Unidos, da Europa, britânicos e de diferentes países", conta à TSF. O objetivo é o de entregar-lhes uma mensagem especial: "Parem o Putin."
Oksana Yurynets acredita que, por esta altura, "grande parte dos países do mundo está com a Ucrânia" porque representa "a democracia e a liberdade".
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Soam as sirenes em Lviv. Agora, como sempre, fazem parte do dia a dia de quem vive na cidade. Quem está no piso de cima do centro de veteranos de guerra recolhe à cave, sem pressas, de forma ordeira.
Calam-se as sirenes, o alerta de possível ataque aéreo foi cancelado. Oksana retoma a conversa: "Todos os países têm muitos problemas, mas o que está a acontecer não diz respeito só à Ucrânia, diz respeito à Europa e ao mundo", assinala.
O seu trabalho, como o dos outros políticos, é mobilizar o mundo inteiro para estar ao lado da Ucrânia. No centro de veteranos que dirige também há voluntários a colocar vídeos nas redes sociais, a atualizar o mapa dos estragos no país e a dar informação útil a quem precisa.
A guerra também se ganha nos bastidores.
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