Reportagem TSF nos Estados Unidos. Pensilvânia, todos os olhos virados para um estado "no meio de tudo"
Reportagem TSF em Pittsburgh, capital da Pensilvânia, um dos estados que pode decidir as eleições norte-americanas
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Nas últimas semanas, Justine Sherry tem sido inundada por mensagens com apelos ao voto. A professora de computação na Universidade de Carnegie Mellon (CMU), que nasceu em Seattle e viveu na Califórnia, não estava habituada a tamanha intensidade da caça ao voto. A residir em Pittsburgh, na Pensilvânia, Justine sente que todos os votos contam e até parecem valer mais. Não será por acaso que Donald Trump e o seu candidato a vice-presidente, JD Vance, estão, este sábado, na Pensilvânia em dois eventos distintos e ainda voltam antes da votação.
Tem sido um "processo muito stressante", admite Justine Sherry, que se surpreende por muitos ainda não terem feito a sua escolha. "Todo o país está a olhar para nós", afirma, à margem de uma aula de doutoramento com alguns alunos do programa CMU Portugal, que promove o intercâmbio entre estudantes dos dois países.
A CMU está no top 4 das Universidades em investigação na área da computação e os alunos são "bem preparados, inteligentes e criativos", elogia a professora, que orienta os doutoramentos de alunos como Francisco Pereira e Hugo Sadoque. Os dois investigam sistemas, redes e computação, uma experiência "incrível e contagiante", descreve Francisco, há cerca de um ano na CMU. Hugo já completou cinco anos nesta Universidade e, talvez por estar há mais tempo em Pittsburgh, tem mais amigos norte-americanos. Há uma "bolha azul" em Pittsburgh, refere Hugo, numa alusão à cor simbólica dos Democratas. Mas quando seguimos para os condados distantes dos centros urbanos, muitos escolhem os Republicanos.
Justine Sherry resume simplesmente que "a Pensilvânia está no meio de tudo", enquanto Hugo Sadoque vaticina que "o mundo vai mudar" se Donald Trump vencer as eleições. E se ganhar Kamala Harris? "Vai mudar um pouco menos." Têm a palavra os eleitores norte-americanos.