Reportagem TSF nos EUA. Aborto ou economia: o que separa os jovens democratas e republicanos
Descubra as semelhanças e as diferenças entre os presidentes dos estudantes dos dois maiores partidos norte-americanos
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Têm 20 anos, votaram pela primeira vez nas eleições presidenciais, de forma antecipada, partilham algumas preocupações, mas ficam-se por aqui as semelhanças entre Avalon Sueiro e Anthony Cacciato.
Anthony é presidente do College Republicans, os estudantes republicanos da Universidade de Carnegie Mellon (CMU). Avalon desempenha o mesmo cargo, mas em representação dos estudantes democratas.
Avalon Sueiro desloca-se numa prancha de skate, Anthony Cacciato vem vestido com um blazer mais formal.
A presidente do College Democrats começou a interessar-se por política quando entrou para a CMU. Nestas eleições, escolhe o aborto como a questão mais importante, mas há outras preocupações: “A economia e a habitação. É muito importante baixar os preços, principalmente para os estudantes universitários”, defende. “Estamos muito preocupados sobre se poderemos ter uma casa e sinto que o partido democrata apoia-nos mais do que os republicanos.”
Filho de pequenos empresários, Anthony Cacciato aponta sempre a economia como a grande prioridade. “Muitos de nós estamos a acabar a universidade e aquilo que mais nos preocupa é saber o que vai haver quando acabarmos o curso. Que oportunidades de emprego? Vai ser a minha geração e a geração depois da minha que vai ter de pagar pelas irresponsabilidades que temos visto do Governo. Somos nós que vamos sentir os efeitos do que está a acontecer agora”, salienta.
O presidente do College Republicans da CMU prefere o conjunto de políticas oferecidas por Donald Trump, mas admite que preferiria “um candidato mais comprometido com as liberdades individuais e com um Governo limitado. Alguém que poderia ser descrito como um elemento da Iniciativa Liberal em Portugal”.
Por seu lado, Avalon Sueiro acredita que uma vitória de Donald Trump “vai trazer muito mais ódio, mais violência, mais racismo e raiva ao país”. Recorda que eleger Trump, pela segunda vez, “é uma forma de criar uma tendência de pessoas muito, muito más no pode". "Se o elegermos, arriscamo-nos a perder a democracia." Por isso, a presidente do College Democrats confessa estar "aterrorizada", mas tenta transformar o receio em acção. Porque “se não for como nós queremos, pelo menos dei o meu melhor”.