Lviv tem sido o porto de refúgio de muitos ucranianos que não querem sair do país, mas procuram escapar dos bombardeamentos nas suas cidades.
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São agora cerca de 800 quilómetros aqueles que têm de ser percorridos para ir de Kiev a Lviv. O enviado especial da TSF à Ucrânia, Pedro Cruz, conta que foram precisas três horas só para abandonar a capital ucraniana. Saiu "pela única zona de Kiev que ainda está livre. As outras autoestradas, nas direções leste e oeste, já estão cortadas".
"A cidade está fechada: por fora, pelos russos, e, por dentro, pelos ucranianos", esclarece.
Até chegar a Lviv, é preciso passar, na estrada, por uma zona bombardeada pelas forças russas, em que há "alguma tensão". Os carros são desviados para estradas secundárias, durante várias centenas de quilómetros, tornando a viagem "bastante mais longa e bastante mais penosa".
Uma viagem que se revela ainda mais demorada devido à presença constante de postos de controlo, os chamados 'checkpoints', onde os carros e os passaportes são "vistoriados um a um" pelos militares ucranianos e pelas forças de defesa civil.
Depois de muitas horas de estrada, finalmente, avista-se Lviv. Hoje, "muito mais cheia, com muito mais vida, com muito mais carros, com muito mais pessoas na rua".
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Em contraste com Kiev, "totalmente deserta, vazia, sem nada nem ninguém", o repórter da TSF conta que, chegando a Lviv, "parece que estamos outra vez num país que não está em guerra". "Parece uma cidade normal", reforça.
Lviv tem sido o porto de refúgio de muitos ucranianos que não querem sair do país, mas procuram escapar dos bombardeamentos nas suas cidades. Daí a cidade ter agora "muitos carros com matrículas de outras regiões do país, muitos autocarros" e as pessoas ainda continuam a chegar.
Ao contrário do que acontece em Kiev, em Lviv "tudo funciona": há transportes públicos a operar, shoppings abertos,...
Apesar de tudo, as sirenes soaram durante a noite. Têm tocado com alguma frequência, na última semana, mas, à exceção do "ataque cirúrgico" ao quartel militar que fica entre aquela cidade e a fronteira da Polónia, Lviv, um grande e importante centro populacional, "continua a salvo".
"Até agora, foi poupada. A cidade continua intacta."
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