Fontes oficiais bolivianas avançaram que o corpo do governante, espancado até à morte por mineiros que o tinham sequestrado, foi transportado para La Paz, onde vai ser autopsiado.
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O Procurador-Geral da Bolívia, Héctor Arce, e o ministro do Trabalho, Gonzalo Trigoso, receberam o corpo de Rodolfo Illanes na cidade de El Alto, próxima de La Paz, cerca das 02:30 locais (07:30 em Lisboa), informou fonte da Procuradoria citada pela agência EFE.
O cadáver chegou à capital numa ambulância escoltada por polícias e foi levado para uma clínica privada onde vai ser autopsiado, acrescentou a fonte. Uma primeira observação do cadáver permitiu ver que o vice-ministro sofreu vários golpes na cabeça, especialmente na nuca, disse ainda a fonte.
O Procurador-Geral disse a jornalistas que Illanes, 56 anos, era "um homem bom" que foi a Panduro reunir-se com mineiros para encontrar uma solução para o conflito.
O ministro do Interior, Carlos Romero, anunciou na madrugada de hoje que Rodolfo Illanes foi "cobarde e brutalmente assassinado" quando estava sequestrado pelos mineiros.
O presidente boliviano, Evo Morales, considerou o assassínio "imperdoável" e decretou três dias de luto nacional. "O falecimento do irmão vice-ministro Illanes dói muito, porque foi um ato tão cobarde. Sequestram, torturam e matam", disse Morales.
A polícia deteve mais de uma centena de mineiros que participaram nos bloqueios no planalto onde foi sequestrado e assassinado Illanes.
O protesto dos mineiros bolivianos degenerou em violência esta semana com o bloqueio de estradas que levou a confrontos com a polícia. Na quarta-feira, dois manifestantes foram mortos, atingidos a tiro pela polícia, e 17 agentes ficaram feridos.
A Federação Nacional de Cooperativas Mineiras (Fencomin), outrora um forte aliado de Evo Morales, convocou o protesto por tempo indeterminado depois do fracasso das negociações com o governo sobre nova legislação. Os mineiros exigem mais concessões de minas, o direito a trabalhar para empresas privadas e maior representação sindical.