Uma pessoa já sem vida foi resgatada hoje do navio que se afundou na quinta-feira à noite ao largo da ilha cabo-verdiana do Fogo, confirmou à agência Lusa fonte oficial, indicando que as buscas continuam com vários meios.
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Um navio que fazia o percurso Cidade da Praia/São Filipe, na ilha do Fogo afundou-se ontem à noite a quatro milhas do cais do Vale dos Cavaleiros. Seguiam a bordo 22 pessoas 3 foram regatadas com vida, 18 estão desaparecidas. Buscas já foram retomadas hoje.
Um navio que fazia o percurso Cidade da Praia/São Filipe, ontem à noite a quatro milhas do cais do Vale dos Cavaleiros, informou a imprensa cabo-verdiana.
Segundo notícia a Inforpress, o navio ter-se-á afundado com seis contentores que transportavam medicamentos da empresa que está a construir o hospital regional das ilhas do Fogo e da Brava.
A mesma fonte escreve que o barco era esperado às 19 horas de ontem no cais de São Filipe, mas como tardou a chegar, as autoridades marítimas tentaram entrar em contacto com a sua tripulação às 20 horas, mas o Vicente poderá ter-se afundado meia hora depois.
As buscas foram retomadas hoje, esperando as autoridades cabo-verdianas encontrar com vida 18 pessoas que ainda estão desaparecidas.
A informação foi avançada à Rádio de Cabo Verde (RCV) pelo Capitão dos Portos do Barlavento, António Monteiro, indicando que das 22 pessoas, três foram resgatadas por outro navio ontem e uma outra foi encontrada esta manhã, mas 18 ainda estão desaparecidas, juntamente com o navio Vicente.
António Monteiro informou que a Capitania já montou um plano, está em contacto com os meios aéreos existentes em Cabo Verde, entre outros, para dar continuidade às buscas no início da manhã de hoje.
O responsável espera ainda encontrar as pessoas com vida, acreditando que terão conseguido vestir os coletes salva-vidas antes de saltar ao mar.
O capitão dos Portos do Barlavento afirmou que ainda é prematuro avançar as causas do acidente, mas garantiu que será instaurado um inquérito para averiguar o que terá acontecido ao navio que partiu da Cidade da Praia ao início da tarde de quinta-feira.
«Mas neste momento, estamos concentradas nas operações de busca e as causas que estiveram na base desse acidente serão apuradas e, posteriormente, serão divulgadas», prometeu António Monteiro.
O presidente da Proteção Civil (PC) cabo-verdiana, Arlindo Lima, que se encontra na ilha do Fogo para acompanhar a erupção vulcânica, garantiu que as buscas serão retomadas «nas primeiras horas do dia», já com meios aéreos para vasculhar os mares da ilha do Fogo.
Arlindo Lima disse que era «muito complicado» prosseguir as buscas na noite de quinta-feira, tendo em conta o estado do mar, com vagas de cerca de três metros de altura.
Este é o quinto incidente com barcos em Cabo Verde em pouco mais de um ano, tendo o primeiro acontecido em setembro de 2013, quando o navio de carga Rotterdam, com seis tripulantes a bordo, desapareceu horas depois de ter saído do Porto da Praia e até hoje não se sabe do seu paradeiro.
Um mês depois, em outubro de 2013, o navio de transporte de passageiros inter-ilhas Sal-Rei colidiu com a embarcação de combustíveis Cipreia junto do ilhéu de Santa Maria, na Cidade da Praia, mas o choque não causou vítimas.
No mês de junho último, o navio de passageiros e de carga Pentalina-B encalhou na praia de Moia-Moia, região do concelho de São Domingos, ilha de Santiago, mas todos os 85 passageiros que estavam a bordo foram retirados com ajuda de um rebocador. Em agosto do ano passado, o navio de combustível John Miller, propriedade da empresa de combustível Enacol, encalhou na ilha da Boavista, quando se preparava para fazer uma descarga de combustível e gás na ilha, provocando danos ambientais, mas a tripulação foi salva.