A organização de defesa dos direitos humanos, Human Rights Watch criticou hoje a resolução aprovada pela ONU que prevê a destruição do arsenal de armas químicas sírio.
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«Esta resolução não consegue garantir a justiça pelo gaseamento de centenas de crianças e por muitos outros crimes graves», lamentou o representante da organização não-governamental (ONG) junto das Nações Unidas, Philippe Bolopion.
O mesmo representante reiterou o pedido, solicitado várias vezes pela Human Rights Watch (HRW), de «envolver o Tribunal Penal Internacional (TPI) na situação da Síria e adotar sanções específicas contra os responsáveis pelas mortes em massa».
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, na sexta-feira, uma resolução histórica sobre o desmantelamento do arsenal de armas químicas da Síria.
Esta resolução é a primeira a ser adotada pelo Conselho de Segurança da ONU desde o início do conflito no território sírio, em março de 2011.
Os 15 membros do órgão máximo das Nações Unidas aprovaram a resolução, acordada entre os Estados Unidos e a Rússia, por unanimidade.
Para Philippe Bolopion, o Conselho de Segurança da ONU limitou-se a expressar «a profunda convicção de que os responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria devem ser responsabilizados», uma posição que, na opinião do representante da HRW, não resolve os problemas mais profundos do conflito.
«Os esforços para destruir o arsenal químico sírio são essenciais, mas não resolvem o problema das armas convencionais que provocaram a morte da grande maioria das cerca de 100 mil pessoas que morreram no conflito», concluiu o representante.
A HRW denuncia, por exemplo, o uso de minas antipessoais, armas incendiárias ou de armas de baixo calibre.
O conflito na Síria, que dura há mais de dois anos e meio, já fez mais de 110.000 mortos, dois milhões de refugiados e quatro milhões de deslocados, segundo os dados da ONU.