Responsável da Amnistia na Turquia ficou em prisão preventiva por alegada ligação a Fethullah Gülen.
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O responsável da Amnistia Internacional (AI) na Turquia, Taner Kilic, detido na terça-feira pelas autoridades por suspeita de ligações ao movimento do clérigo Fethullah Gülen, ficou em prisão preventiva na sexta-feira à noite.
Taner Kilic foi detido na terça-feira, com 22 outros advogados, na região de Izmir, dos quais oito também já ficaram em prisão preventiva.
As autoridades turcas acusam o responsável da AI na Turquia de ter tido um serviço de mensagens criptadas, denominada Bylock, no seu telemóvel em agosto de 2014.
Segundo o Governo turco, esta aplicação foi criada especialmente para os apoiantes de Gullen, que reside nos Estados Unidos e é designado por Ancara como o 'cérebro' do golpe de Estado falhado de julho de 2016.
A AI referiu que Kilic é acusado de "pertencer a uma organização terrorista", que a ONG classifica num comunicado como um "simulacro de justiça, que demonstra o impacto devastador da repressão adotada pelas autoridades turcas".
A ONG rejeita estas acusações e desmente que o advogado tenha utilizado a aplicação Bylock.
"Taner Kilic não é um apoiante nem um discípulo do movimento de Fethullah Gülen e foi critico sobre o papel deste na Turquia", afirmou o secretário-geral da AI, Salil Shetty.
Depois do golpe de Estado falhado, os dirigentes turcos lançaram purgas de uma amplitude inédita visando inicialmente os presumíveis apoiantes de Gülen, antes de as estenderem ao movimento pró-curdo e aos media críticos.
Cerca de 50.000 pessoas foram presas e mais de 100.000 despedidos ou suspensos, nomeadamente militares, magistrados e professores.
As autoridades turcas rejeitam as acusações de atentar contra as liberdades, afirmando que lutam contra o "terrorismo" no âmbito do estado de emergência em vigor desde o golpe de Estado falhado.
Ancara acusa o clérigo Gülen, de ter orquestrado a tentativa de golpe de Estado, o que o interessado desmente categoricamente.