O Pentágono não acredita na capacidade da Coreia do Norte para lançar um míssil nuclear, afirmou um responsável norte-americano, depois de um congressista ter citado um relatório militar para defender essa tese.
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«Os norte-coreanos nunca demonstraram essa capacidade nuclear e nós não pensamos que sejam capazes [de um ataque nuclear] atualmente», afirmou o responsável do Pentágono, citado pela agência France Presse.
O Pentágono considerou «inexato» sugerir que o regime de Pyongyang tenha testado ou demonstrado o tipo de capacidade nuclear invocado pelo congressista norte-americano.
O congressista Doug Lamborn afirmou na quinta-feira que os serviços de informação militares norte-americanos acreditam que o regime de Pyongyang tem capacidade para colocar uma ogiva nuclear num míssil balístico, ainda que desconfiem da fiabilidade do armamento.
De acordo com o representante eleito pelos norte-americanos, os serviços de informação e os especialistas em armamento tiveram alguma dificuldade em acompanhar o progresso norte-coreano na sua tentativa de reduzir a dimensão de um engenho nuclear que possa ser acoplado a um míssil balístico.
Mas as descobertas da Agência dos Serviços de Informação Militares (DIA, na sigla em inglês), reveladas por um congressista, seriam a primeira confirmação pública por parte do Governo dos Estados Unidos de que o regime norte-coreano poderá ter tido sucesso nos seus esforços.
«A DIA acredita, com uma confiança moderada, que a Coreia do Norte atualmente tem armas nucleares eficazes quando unidas a mísseis balísticos», refere o relatório citado por Doug Lamborn, que afirma ter lido uma parte não classificada do documento.
Os serviços de informação norte-americanos recusaram comentar estas revelações, mas não desmentiram as declarações do congressista.
No contexto da tensão latente na península coreana, Seul, no lado sul do conflito, já veio dizer que o norte tem dois mísseis de médio alcance prontos para serem lançados a partir da sua costa leste.
Ainda na quinta-feira, os Estados Unidos lançaram um apelo à China para que use toda a sua influência para travar as «ações desestabilizadoras» da Coreia do Norte, dizendo que seria do interesse regional e global que o fizessem.
«A China desempenha um papel importantíssimo na estabilidade, e a procura continuada de capacidade nuclear por parte da Coreia do Norte é inimiga da estabilidade», disse um alto responsável da administração norte-americana que viaja com o secretário de Estado norte-americano John Kerry para Seul.
«Isso dá-nos a nós e também aos chineses um objetivo comum muito poderoso a favor do desarmamento nuclear», acrescentou.