Hubert Bonneau, director do GIGN (Grupo de Intervenção da Força Gendarmerie) foi responsável por coordenar a operação de captura dos irmãos Kouachi. Em entrevista à "France Inter" explica como foi possível às autoridades seguir o rasto dos alegados responsáveis pelo ataque ao jornal Charlie Hebdo.
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«Os terroristas depararam-se com um controle, passaram esse controle, roubaram uma viatura e fugiram. Fomos de imediato informados, graças à rede de agentes da "Gendarmerie" (força militar que realiza missões de policiamento de natureza civil) de Picardie. Uma equipa do GIGN estava situada a uma distância inferior a 15 minutos. Os primeiros a estabelecer contacto foram dois "gendarmes" que confirmaram que eram os dois terroristas e que estavam refugiados numa gráfica», conta Hubert Bonneau.
De imediato, explica Bonneau, a polícia cercou o local. Entraram então em campo os negociadores que apesar das tentativas, não conseguiram estabelecer diálogo.
«Nós tentámos a negociação. Tentámos estabelecer contacto durante toda a tarde. Falhou, não conseguimos dialogar. Se preferir, não foi possível uma negociação direta com os terroristas. O tempo passa e penso que eles optaram por uma decisão extrema. Escolhem sair com as armas nas mãos, prontos para combater. Assim, a decisão que tomámos foi impedir por todos os meios que fugissem».
Os irmãos Said e Cherif Kouachi acabaram por ser abatidos pela polícia francesa. Na quarta-feira, três homens, incluindo os dois irmãos, entraram armados na sede do jornal satírico Charlie Hebdo e provocaram a morte a 12 pessoas.