Os restos do antigo presidente chileno Salvador Allende serão exumados na segunda quinzena de Maio, de acordo com uma resolução do juiz Mário Carroza, encarregado do caso, informaram fontes judiciais.
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A diligência, que não implica uma nova autópsia, visa determinar as causas da morte do antigo chefe de Estado, indicaram as mesmas fontes.
Outras fontes judiciais disseram à agência noticiosa espanhola EFE que na diligência também participarão especialistas estrangeiros.
A família de Salvador Allende pediu, quarta-feira, a exumação no âmbito da reabertura de um inquérito para determinar se ele se suicidou durante o golpe de Estado de 11 de setembro de 1973, como indica a versão oficial, ou se foi assassinado.
Presidente socialista do Chile desde 1970, Allende morreu, aos 65 anos, com um tiro no palácio presidencial de Santiago, bombardeado pela força aérea, durante o golpe de Estado conduzido pelo general Augusto Pinochet.
Pouco depois da morte, foi realizada uma autópsia no Hospital militar de Santiago e, segundo a versão das autoridades, assim como de testemunhos, Allende suicidou-se disparando um tiro sob o queixo. A própria família favorece a tese do suicídio.
A justiça reabriu em Janeiro um inquérito à morte de Allende, assim como de 725 outros casos de crimes contra os direitos humanos durante a ditadura (1973-1990), que nunca tinham sido tratados por ausência de queixa.
O ministério público apresentou uma «queixa» por cada um destes casos esquecidos, cujos nomes foram retirados do relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação.