O Supremo Tribunal Federal começa hoje o julgamento dos 38 réus do escândalo do "mensalão", um dos maiores esquemas de corrupção da história do Brasil, ocorrido durante o governo de Lula.
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A acusação garante que em 2005, o governo de Lula da Silva pagava a deputados da Oposição para aprovarem diplomas. Cada voto valia, em média, quase 12 mil euros por mês. Uma espécie de mesada que deu nome ao escândalo.
O então presidente do Brasil ficou fora das acusações. Num discurso em 2005, Lula da Silva falou em traição.
As televisões brasileiras recordam hoje o espanto do alegado chefe do esquema de corrupção, José Dirceu, o "número dois" da administração Lula.
Quanto ao homem que denunciou o esquema, Roberto Jefferson, o deputado que deu com a "língua nos dentes", já em 2005 via ao longe o caminho do escândalo.
E foi tão longe que há uma ligação a Portugal através do centro financeiro da Madeira. Se José Dirceu era o cérebro do esquema, o líder das operações era, diz a acusação, Marcos Valério, um publicitário.
O mesmo Marcos Valério que esteve em Portugal para se reunir com o então ministro das Obras Públicas, António Mexia, também com Miguel Horta e Costa, que presidia à Portugal Telecom (PT), e ainda com Ricardo Salgado do Banco Espírito Santos (BES). Os três portugueses estiveram entre as 641 testemunhas ouvidas para o julgamento.
Diz a acusação que Marcos Valério veio a Portugal pedir recursos em nome do Partido dos Trabalhadores.
O "mensalão" começa hoje a ser julgado. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, já garantiu, à televisão Bandeirantes, que os juízes são imunes à pressão.