Pouco mais de um mês depois de ter sido retirado de um avião o jornalista foi colocado numa casa alugada e tem homens do KGB a viver com ele.
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Roman e a namorada, a russa Sofia Sapega, deixaram a cadeia esta manhã. A informação foi avançada pelos pais à BBC.
Os dois jovens não regressaram, no entanto, às casas da família. Os pais do jornalista dizem que não podem contactar com o filho. Ele está numa casa que não é a dele e há agentes do KGB permanentemente ao seu lado. A família diz que se trata de um outro tipo de prisão.
Já os pais da estudante russa revelaram que está sozinha num apartamento alugado. A mãe e o padrasto puderam estar com ela ontem à noite num restaurante e garantiram que Sofia está mais animada.
As acusações contra Protasevich e Sapega mantêm-se. Serão julgados por incitarem protestos contra o regime, um crime que pode ser punido com 15 anos de prisão.
Desde que, no dia 23 de maio, o avião em que seguiam foi forçado a aterrar na capital bielorrussa, os jovens foram mostrados na televisão confessando atividades criminosas. Tudo aponta para que as gravações tenham sido feitas sob coação. O jornalista foi ainda "entrevistado" também na televisão garantindo que está arrependido de ter tentado derrubar Aleksandr Lukashenko e elogiando o líder do país. Roman tinha várias escoriações nos pulsos.
Na quinta-feira, os dois foram vistos a passear num parque de Minsk, acompanhados por uma equipa de televisão. Um dos assessores da líder da oposição Svetlana Tikhanovksaya alertou os bielorrussos para não acreditarem numa única palavra dita nas gravações já que os jovens estão a ser forçados a representar.
I just spoke to Raman Pratasevich's parents. He was moved to house arrest. But it's not freedom. It is a prison of different type. KGB people live in the same room with him. Parents dont have contact with Raman, & they are afraid that he will be for bargaining with the West. pic.twitter.com/bQwZvVkCrb
- Franak Viačorka (@franakviacorka) June 25, 2021
Franak Viacorka admite que a saída de Roman e Sofia da prisão possa ser um reflexo das sanções mais duras adotadas pela União Europeia e Estados Unidos.
Os pais dos jovens temem que a Bielorrússia tente usar os dois como moeda de troca.