Ron DeSantis. Quem é o republicano que está a desafiar Trump na corrida à Casa Branca?
O governador da Florida tem um percurso recheado de polémicas, passou por Guantánamo, soldado no Iraque e um opositor da cultura woke.
Corpo do artigo
O governador republicano do estado da Florida, Ron DeSantis, anunciou na quarta-feira a sua candidatura presidencial de 2024 nos Estados Unidos, num evento no Twitter.
DeSantis é o homem que desafia Donald Trump na corrida pelas primárias do Partido Republicano para as eleições presidenciais do próximo ano. Tal como o adversário, o governador do estado da Florida tem o percurso recheado de polémicas.
TSF\audio\2023\05\noticias\25\margarida_serra_18h
Jogou beisebol na universidade, foi professor de história, assistente de eletricista, advogado da marinha enviado para Guantánamo para garantir que os guardas cumpriam a lei, soldado no Iraque e congressista.
Tem feito da Florida um estado onde qualquer ideia progressista é rejeitada. DeSantis já afastou um procurador que tinha sido eleito e com o qual não concordava, iniciou uma guerra com a Walt Disney e tem tomado medidas que prejudicam essencialmente as minorias.
O republicano é descendente de italianos que emigraram para os Estados Unidos e foi o responsável por ter enviado 50 imigrantes ilegais do Texas para o estado democrata do Massachussets no ano passado. Foram enviados para a ilha de Martha Viniards, sem qualquer aviso, e com a promessa de que tinham empregos e casa garantidos. Uma ação mediática controversa que levou um xerife do estado do Texas a investigar o governador por tráfico de seres humanos. DeSantis foi também processado por alguns dos emigrantes envolvidos
No segundo mandato como governador e depois de ter sido apontado como o principal opositor de Trump, o governador radicalizou as medidas adotadas. Esta quarta-feira candidatou-se empenhado em combater a ideologia woke, um termo que ganhou força em 2010 e que se refere à consciência racial, consciência de género e outras identidades discriminadas, mas que os políticos de direita consideram perverso e usam como um insulto a valores progressistas.
Outra legislação muito polémica é a que foi chamada "não digas gay", que proíbe qualquer conversa sobre minorias sexuais nos primeiros anos de escolaridade.
A censura atinge também os livros. Desde março do ano passado que todas as obras que refiram temas como identidade de género, raça, minorias e escravatura estão proibidos nas escolas. Para que um livro seja banido basta que um encarregado de educação diga que não concorda com o conteúdo.
Este mês, o governador assinou uma lei que criminaliza os médicos que prestam cuidados a menores transgénero. Num caso de divórcio a lei favorece o progenitor que não apoia a ideia de a filha ou filho mudarem de sexo.
Também as drag queens foram alvo do conservadorismo de Ron DeSantis. Uma lei passou a proibir todos os espetáculos quando há crianças presentes, mesmo que estejam acompanhadas pelos pais.
Com tudo isto, de acordo com as sondagens, o principal candidato a representar os Republicanos nas eleições de novembro de 2024 é o ex-Presidente Trump.
