Rússia acusa Ucrânia de disparar mísseis de longo alcance dos EUA em base militar na fronteira
Segundo o comunicado do Ministério russo da Defesa, o Exército conseguiu abater cinco dos seis mísseis, pelo que o ataque não causou vítimas ou danos
Corpo do artigo
O Ministério russo da Defesa acusou esta terça-feira a Ucrânia de ter disparado seis mísseis de longo alcance com fabrico norte-americano contra uma base militar, na região de Bryansk. A notícia foi avançada pela agência noticiosa estatal russa Tass, que deu conta de um pequeno incêndio.
Segundo o comunicado do ministério, o Exército conseguiu abater cinco desses mísseis. Este último foi ainda danificado, pelo que o ataque não causou vítimas ou danos.
"Fragmentosde ATACMS caíram na zona técnica de uma instalação militar, na região de Bryansk, e deflagrou um incêndio que foi extinto", lê-se na mensagem publicada pela TASS na rede social Telegram.
O ataque não foi ainda reivindicado pelos ucranianos, nem verificado de forma independente.
Os relatos surgem após o anúncio de que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou esta terça-feira alterações à doutrina nuclear russa, autorizando o uso alargado de armas nucleares. De acordo com a agência Reuters, o decreto assinado por Putin altera os critérios que permitem o recurso a armas nucleares por parte da Rússia.
Esta terça-feira, o chefe do Estado-Maior da Ucrânia tinha afirmado que o Exército ucraniano atacou um arsenal na zona de Karachev, na região russa de Bryansk.
A tutela indicou que foram ouvidas várias explosões e detonações.
"A destruição de depósitos de munições para as forças de ocupação russas, com o objetivo de pôr fim à agressão armada da Rússia contra a Ucrânia, vai continuar", refere o comunicado sobre o conflito que atingiu esta terça-feira o milésimo dia.
A autorização do Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, vem na sequência do acordo alcançado em maio sobre a utilização de armas norte-americanas para atacar regiões fronteiriças do lado russo da fronteira, mas não inclui a utilização de Army Tactical Missile Systems (ATACMS) ou outros mísseis de longo alcance.
A Ucrânia há muito que pedia essa mudança, mas a atual administração dos EUA tinha hesitado até agora tomar uma decisão, receando que isso pudesse levar a uma nova escalada do conflito, iniciado em fevereiro de 2022.
A autorização a cerca de dois meses de Biden deixar a Casa Branca (presidência norte-americana), já obteve reação do Kremlin (Presidência russa), que acusou os EUA de estarem a atirar gasolina para a fogueira.