O governo russo considerou hoje que a nomeação de três membros da banda Pussy Riot para o Prémio Sakharov da Liberdade de Expressão, outorgado pelo Parlamento Europeu, é «uma ingerência nos seus assuntos internos», noticia a Efe.
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«A iniciativa de um grupo de eurodeputados só se pode considerar uma tentativa de ingerência num ramo independente do poder na Rússia», afirmou Konstantin Dolgov, chefe do Departamento de Direitos Humanos do Ministério.
O Parlamento Europeu divulgou hoje a seleção de candidatos ao Prémio Sakharov, entre os quais estão ativistas e defensores de Direitos Humanos de Irão, Ruanda, Paquistão e Bielorrússia, para além das Pussy Riot.
A escolha das três integrantes do grupo que estão detidas - Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Ekaterina Samutsevich - foi apresentada pelo eurodeputado alemão, eleito pelo Os Verdes, Werner Schulz, e recebeu o apoio de 45 eleitos.
Em fevereiro, as integrantes das Pussy Riot entraram mascaradas no Templo de Cristo Redentor, o principal templo cristão ortodoxo de Moscovo, e realizaram uma oração à Virgem Maria para «livrar a Rússia de [o presidente russo, Vladimir] Putin».
As três jovens foram detidas e condenadas a dois anos de trabalhos forçados.
O vencedor do prémio Sakharov, que é anualmente atribuído em dezembro, recebe uma verba de 50 mil euros.
Em 2011, a distinção foi atribuída a protagonistas da Primavera Árabe.