Dois dos maiores exportadores mundiais de ouro negro dizem que a medida dependerá da aceitação dos restantes produtores.
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A Arábia Saudita e a Rússia chegaram a acordo esta terça-feira para o congelamento da produção de petróleo, na expectativa que o preço do ouro negro suba. Com os preços do petróleo nos níveis mais baixos da última década, este encontro é visto como uma primeira tentativa para os tentar inflacionar.
A agência Bloomberg revela que a decisão foi tomada num encontro esta manhã, entre os ministros da Energia russo e saudita, numa reunião que teve lugar no Qatar. No final, os presentes concordaram que os preços baixos não têm sido positivos para o mundo.
A Arábia Saudita, o país mais poderoso da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), abandonou recentemente as quotas fixas de produção, o que faz com que este acordo seja visto pelos analistas como um primeiro passo para a estabilização do mercado, com a perspetiva de subida dos preços do petróleo.
De acordo com a Bloomberg, também o Qatar e a Venezuela acordaram manter os níveis de produção para equilibrar o mercado.
O Irão, rival regional da Arábia Saudita e também um grande produtor de petróleo, prometeu aumentar a produção de ouro negro nos próximos meses, para tentar ganhar a quota de mercado perdida após anos de sanções internacionais, entretanto levantadas. E é aqui que reside a grande questão, porque embora a Rússia e a Arábia Saudita, que estão a produzir a níveis recorde, tenham decidido estabilizar, o Irão quer fazer tudo para recuperar o terreno perdido. Nesta altura, o país encontra-se a produzir um milhão de barris abaixo da sua capacidade.
Esta reunião vem no seguimento de 18 meses consecutivos de queda do preço do petróleo, abaixo dos 30 dólares por barril, depois de ter chegado aos 115 a meio de 2014. Esta queda contínua foi determinada por uma maior produção dos Estados Unidos e também dos países da OPEP, todos à procura de melhorarem a sua quota de mercado.