O ministério da Defesa da Rússia garantiu esta terça-feira que nem a sua aviação nem a aviação síria atacaram ontem uma coluna de ajuda humanitária na Síria, e duvida de um ataque aéreo.
Corpo do artigo
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e o Crescente Vermelho deram conta na segunda-feira de um ataque aéreo contra uma coluna humanitária perto de Auram al Kubra, a oeste da província síria de Alepo, no qual 18 camiões carregados com alimentos e medicamentos foram destruídos por aviões não identificados.
O governo dos Estados Unidos responsabilizou hoje a Rússia pelo ataque aéreo, apelidando-o de "bombardeamento".
"A aviação russa e a aviação síria não lançaram qualquer ataque aéreo contra uma coluna humanitária da ONU a sudoeste de Alepo", declarou o general Igor Konachenkov, porta-voz do ministério num comunicado citado pelas agências russas.
O general lançou dúvidas sobre se a coluna terá sido atacada pelo ar. "Estudamos atentamente as imagens de vídeo dos supostos 'ativistas' presentes no local e não encontramos quaisquer sinais de impactos de armas na coluna", realça o ministério. "Não há crateras, a estrutura dos veículos não está danificada e não sofreram o sopro [da explosão] de um ataque aéreo", concluiu.
Para as forças armadas russas, estas imagens de vídeo do ataque - que não captadas pelo exército russo - não mostram mais do que "o resultado de um incêndio, que - como por acaso - começou no momento em que foi desencadeada uma forte ofensiva dos rebeldes sobre Alepo".
Segundo as forças russas, os combatentes da Frente Fateh al-Cham (ex-Frente al-Nosra) lançaram uma iniciativa na segunda-feira perto de Alepo, "apoiada por intenso fogo de artilharia e de tanques, bem como lança-róquetes múltiplos de diversos modelos". Anteriormente o Kremlin tinha anunciado que o exército russo abriu um inquérito sobre este tema.
20 civis e um elemento do Crescente Vermelho sírio morreram no ataque contra a coluna humanitária. Hoje a ONU suspendeu as suas colunas humanitárias, na sequência do ataque de segunda-feira.
Também o exército sírio negou hoje, pouco depois de o russos o terem feito, que a sua aviação tenha bombardeado a coluna. O chefe do departamento da ajuda humanitária da ONU, Stephen O'Brien, declarou hoje que se se comprovar que o ataque contra a coluna humanitária foi um "ato deliberado", então poderá constituir "um crime de guerra".