O presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, entende que a «Rússia está a lutar connosco no nosso território» e que esta luta tem a ver com o facto de os georgianos quererem ser livres. Por seu lado, o presidente russo, Dmitri Medvedev, avisou que a morte de cidadãos russos não ficará «impune».
Corpo do artigo
O presidente georgiano considerou, esta sexta-feira, que a Rússia está em combate em território georgiano e que estão a existir «bombardeamentos contínuos russos desde ontem com o alvo a ser especificamente a população civil».
«A Rússia está a lutar connosco no nosso território. Esta é uma clara agressão russa. Estamos a sofrer porque queremos ser livres e porque queremos uma democracia multi-étnica», afirmou Mikhail Saakaschvili em entrevista à CNN.
Mikhail Saakashvili adiantou que a Géorgia está a lutar «com um vizinho grande e poderoso» e lembrou que a sua nação, de apenas cinco milhões de habitantes, não tem forças comparáveis às da Rússia.
Para o presidente da Geórgia, é agora do interesse dos EUA agir para parar esta situação. «Somos uma nação que ama a liberdade e que está agora sob ataque», acrescentou.
Saakashvili confirmou ainda que as forças georgianas abateram dois aviões russos e que um dos aviões russos que participou nos ataques à Geórgia «atingiu um hospital civil ferindo médicos e doentes sem objectivo».
O presidente georgiano disse ainda ter presenciado um ataque aéreo russo que teve como alvo um «mercado muito movimentado», tendo sido atingida a «multidão de pessoas».
Antes, o presidente russo tinha advertido que não deixaria «impune» a morte de seus «compatriotas» em território da Ossétia do Sul, onde a maior parte dos seus 70 mil habitantes têm passaporte russo.
«Conformemente à constituição russa e à legislação federal e como presidente russo sou obrigado a defender a vida e a dignidade dos cidadãos russos onde quer que eles se encontrem», afirmou Dmitri Medvedev.
Numa reunião do Conselho de Segurança russo, Medvedev acrescentou ainda que os «culpados» da morte de cidadãos russos «receberão o castigo merecido».