O ministro russo dos Negócios Estrangeiros revela que Moscovo vai reconhecer os resultados das eleições antecipadas na Ucrânia. Sergei Lavrov sublinha, no entanto, que as eleições não decorrerem em todo o país, já que os votos foram boicotados pelos pró-russos do leste.
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Mas o ministro diz que mesmo assim a Rússia vai reconhecer os resultados porque é muito importante para aos russos que a Ucrânia deixe de ser um país divido e que tenha autoridades capazes de pensar num futuro de unidade.
As legislativas antecipadas foram ganhas por larga vantagem pelas forças pró-ocidentais e a missão de observadores da OSCE diz, em comunicado, que só se registaram incidentes isolados e que os votos respeitaram todas as regras da democracia.
As eleições legislativas de domingo na Ucrânia respeitaram as regras democráticas, afirmou hoje o chefe da equipa de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
«Neste momento crucial para o futuro do país, as instituições e os eleitores da Ucrânia responderam ao enorme desafio com uma eleição que respeitou grandemente os compromissos democráticos», disse Kent Harstedt numa conferência de imprensa em Kiev.
«Essa resposta e, em particular, a determinação das autoridades para permitir a votação no maior número de zonas do país possível, demonstram uma resiliência que vai ajudar o país a ultrapassar os desafios nacionais e internacionais», acrescentou.
Esta avaliação contrasta com a que foi feita pela OSCE após as legislativas de 2012, vencidas pelos apoiantes do presidente pró-russo Viktor Ianukovich, que a organização denunciou como um recuo da democracia.
Nas eleições de domingo, os observadores registaram «poucas perturbações e apenas incidentes isolados», entre os quais «casos de intimidação, ameaças e destruição de material de campanha».
Andrej Plenkovic, chefe da delegação do Parlamento Europeu na missão de observadores, considerou que os ucranianos «escolheram a Europa e a paz».
Resultados oficiais parciais, relativos ao escrutínio de 46% dos votos, indicam que a Frente Popular, do primeiro-ministro Arseni Iatseniuk, e o Bloco do presidente Petro Poroshenko, ambos partidos nacionalistas moderados pró-ocidentais, estão quase empatados com 21,64% e 21,57% respetivamente.
Os partidos deverão formar uma coligação de governo e Iatseniuk deverá manter o cargo de primeiro-ministro.
Cerca de cinco milhões dos 36 milhões de eleitores ucranianos ficaram excluídos da votação, tanto na península da Crimeia, anexada pela Rússia, como em zonas do leste controladas pelos separatistas pró-russos.