Secretário-geral do PSOE tenta reunir o apoio do Unidas Podemos com a apresentação de um pacote de 370 medidas sociais. Iglesias só aceita coligação.
Corpo do artigo
O presidente interino do Governo espanhol e secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, apresentou esta terça-feira um pacote de 370 medidas - o "Programa Comum Progressivo" - na esperança de desbloquear a investidura de um novo Executivo com o apoio do Podemos. Mas terá falhado esse objetivo.
Sánchez procurava este apoio com a apresentação de um pacote de medidas que cruza o programa socialista com propostas do Podemos e de várias organizações da sociedade civil. Para já, certo é que Sánchez não quer ir de novo a eleições.
Uma coligação com o Podemos está, no entanto, fora de questão. "É impraticável", assegurou Sánchez, que pretende apenas reunir o apoio de Pablo Iglesias e do seu partido, justificando essa posição com as posições "demasiadamente" diferentes em questões centrais para a governação de Espanha.
Ainda assim, Sánchez propõe que o Podemos tenha um "papel ativo" num eventual Governo - sem lhe atribuir pastas -, acreditando que é possível chegarem a um entendimento no que diz respeito a medidas progressistas. Por isso, não vê "razões objetivas" para que se realizem novas eleições.
No leque de medidas sociais apresentadas pelos socialistas estão a reversão da reforma laboral do PP, a blindagem constitucional das subidas das pensões, a subidas dos impostos - em especial sobre as classes altas e as grandes empresas
As 76 páginas do documento apresentado por Sánchez não incluem a taxa sobre a Banca, a taxa da eletricidade ou a limitação do preço do arrendamento que o Podemos defende.
Além das medidas apresentadas, Sánchez admite ainda a implementação de mecanismos independentes que permitam aferir a implementação das medidas.
Iglesias só aceita coligação
O líder do Podemos, Pablo Iglesias, já reagiu às medidas apresentadas por Pedro Sánchez para garantir aquilo que o líder do PSOE não quereria ouvir: um governo de coligação é a única opção.
Sánchez tem até 23 de setembro para evitar novas eleições, que têm data marcada para o dia 10 de novembro e que, a acontecerem, serão as quartas desde 2015.