Embargo ao petróleo russo? Órban acusa Comissão Europeia de "irresponsabilidade" e exige proposta melhor
O chefe de Governo húngaro rejeita um novo embargo e sanções ao petróleo russo "saídas do nada", sem que haja segurança no abastecimento energético à Hungria, e afirma que a proposta em cima da mesa "não é boa".
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O chefe do governo húngaro, Viktor Órban acusou esta segunda-feira a Comissão Europeia de irresponsabilidade na formulação do sexto pacote de sanções. Órban afirma que nesta altura é inviável para a Hungria aprovar o embargo ao petróleo russo, porque a proposta que foi apresentada pela Comissão Europeia durante o fim de semana "não é boa".
A proposta contempla a proibição total até ao final do ano do petróleo russo, importado por via marítima, e um regime de exceção para o oleoduto de Druzhba, que abastece a Polónia, Áustria e Alemanha, mas também a Eslováquia, República Checa e a Hungria.
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Viktor Órban que considera que a proposta é uma "boa abordagem", mas precisa de ser trabalhada para dar "uma garantia no caso de haver um acidente com o oleoduto desde a Rússia via Ucrânia". Órban que "ter o direito a receber petróleo russo por outras fontes" e garante que "se conseguirmos isso, então tudo bem", poderá dar o seu aval ao sexto pacote de sanções.
Mas, o chefe do governo húngaro é muito crítico com a "atitude irresponsável" de Bruxelas nos vários pacotes de sanções. "Primeiro aplicam as sanções, e depois começamos a pensar sobre as consequências e a procurar soluções", afirmou.
"Mas agora, por se tratar de energia, é arriscado. A energia é um assunto sério, não é uma brincadeira de crianças", afirmou, apontando que "a situação muito difícil", em que a Hungria se encontra, "por causa da atitude irresponsável da Comissão".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen apelou à unidade de todos os líderes, como uma das "chaves do sucesso", da União Europeia.
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"O meu apelo a todos os Estados-membros é que temos uma chave para o sucesso, que é a solidariedade com a Ucrânia e unidade da UE, e é nisso que temos de trabalhar", afirmou Von der Leyen, baixando as expectativas sobre os resultados da cimeira.
"As discussões prosseguem. Não tenho uma grande expectativa de conseguirmos uma solução nas próximas 48 horas, mas depois haverá uma possibilidade", afirmou. "Mas, a responsabilidade de não termos um acordo hoje cairá sobre os ombros da Comissão", enfatizou Viktor Órban.
Por outro lado, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel manifestou a "confiança" de um desfecho positivo em relação ao sexto pacote de sanções, que inclui o embargo ao petróleo russo.
"O sexto pacote de sanções está em cima da mesa há muitas semanas, e é importante haver uma decisão. O momento é agora. E, estou confiante de que seremos capazes de tomar uma decisão em conjunto e de expressar novamente uma posição de unidade sobre este importante assunto", afirmou, reconhecendo que "não é fácil, porque há sensibilidades diferentes, e há preocupações diferentes".
"Fizemos progressos dedicámos horas a este tema, e espero que sejamos capazes de tomar uma decisão sobre estas questões importantes".