Milhares de pessoas marcharam entre a igreja de Motael e o cemitério de Santa Cruz, em Díli, para assinalar o vigésimo aniversário do massacre perpetrado por militares indonésios contra timorenses.
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A marcha foi liderada por dezenas de motociclos, seguidos por dois grupos de majoretes e milhares de pessoas que empunhavam fotografias de familiares e pessoas mortas em Santa Cruz ou desaparecidas desde 12 de Novembro de 1991.
Os participantes, a maior parte dos quais jovens de escolas secundárias e da Universidade de Timor-Leste, terminaram a marcha em frente ao cemitério de Santa Cruz, onde foram feitos vários discursos que apelaram à unidade nacional.
«Viva Timor-Leste» foi a expressão mais ouvida durante as mais de quatro horas de duração da marcha e da concentração, que terminou com música, dança e a deposição de flores no cemitério.
A participação de tantos jovens deixou emocionado o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que em declarações à agência Lusa disse que é altura de os jovens começarem a aparecer no processo «para corrigir os mais velhos».
«Devem começar a aparecer neste processo como uma força que possa corrigir a nós os velhos, a nós que estamos em partidos, eles podem fazer isso, eles podem, como mudaram no passado, mudar agora», disse Xanana Gusmão.
Na cerimónia, organizada pelo Comité 12 de Novembro, participaram também o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o secretário-geral e o presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri e Franscisco Lu Olo, respectivamente.
Na sua intervenção, Ramos- Horta manifestou a esperança de que um acontecimento destes não volte a repetir-se.