Ladrão de joalharia desviou 100 mil euros sozinho e até planeou chantagem contra os funcionários. Mas foi apanhado por ser crente. Muito crente mesmo.
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O criminoso planeou o assalto à exaustão.
Além de iludir o sólido sistema de segurança de uma joalharia num centro comercial, na zona norte da cidade de São Paulo, onde entrou munido de um revólver, ainda levou no telemóvel fotografias de familiares dos empregados do estabelecimento tiradas ao longo de dias.
O objetivo era, claro, dar-lhes a entender que sequestraria, ou faria pior, aos seus entes queridos, caso eles não colaborassem.
Terminado o assalto, levou 450 mil reais na mala, isto é, mais de 100 mil euros, a recompensa afinal para tantos dias de planeamento e risco.
Mas, de repente, agentes da polícia entraram na loja, para espanto do ladrão. E perseguiram-no pela escada de emergência do centro comercial, novamente para espanto do ladrão. Até o atingirem com um tiro na perna e detê-lo, após longa dura corporal, para, mais uma vez, espanto do ladrão.
Porque estava o ladrão tão espantado por ter sido descoberto? A resposta estava na mala, onde além do dinheiro roubado e do telemóvel com as fotos da chantagem, a polícia descobriu uma oração, escrita à mão, a Santo António.
Nela, o assaltante de 26 anos pedia para ficar invisível. Mas como o santo casamenteiro não é de colaborar com ladrões, os polícias viram-no e levaram-no para a delegacia. À vista de toda a gente.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.