Na lista de passageiros do Anfitriti há dois nomes que podem dizer respeito a cidadãos portugueses. Há mais uma morte confirmada. São agora oito as pessoas que perderam a vida no naufrágio.
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O secretário de Estado das Comunidades afirmou esta sexta-feira de manhã que ainda não foi possível confirmar a existência de cidadãos portugueses a bordo do navio que naufragou perto da ilha do Príncipe, apesar de estar a acompanhar a situação. Subiu para oito o número de mortos, de acordo com informações avançadas pela agência Lusa.
Em declarações à agência Lusa, José Luís Carneiro explicou que na lista de passageiros "há dois nomes que, aparentemente, levam a concluir que se tratará de cidadãos portugueses".
"Todavia, não é possível confirmá-lo porque não temos registo desses nomes nos nossos serviços consulares. Contudo, é sempre de admitir que pudessem estar em viagens de turismo. Mas ainda não foi possível determinar a nacionalidade desses dois passageiros que têm nomes portugueses", disse.
De acordo com o secretário de Estado das Comunidades, em circunstâncias como estas há três formas de atuar para se chegar a uma identificação: confirmação através do registo consular, através de informações das autoridades locais e pelos contactos de familiares.
"Ora, neste caso, estas três fontes de informação não se verificam, ou seja, por um lado não temos registo destes cidadãos na secção consular da embaixada e as autoridades ainda não conseguiram confirmar a identidade dos desaparecidos e, por outro lado, também não temos contactos familiares a solicitarem informações sobre estes dois nomes", destacou.
Por isso, José Luís Carneiro salientou a importância de todas as pessoas que vão viajar estarem inscritas nos postos consulares e na aplicação registo do viajante.
O secretário de Estado lembrou que ainda há nove pessoas desaparecidas e ainda estão a decorrer as operações de busca e salvamento, que têm contado com o apoio de militares portugueses e da marinha portuguesa em articulação com o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e também do Ministro da Defesa de São Tomé.
"Continuamos a cooperar com as autoridades são-tomenses, quer pelo gabinete de emergência consular da direção-geral das comunidades portuguesas, da embaixada portuguesa e por responsáveis da estrutura consular em articulação com os serviços são-tomenses", disse.
José Luís Carneiro lamentou a "perda de vidas em circunstâncias trágicas" e transmitiu a solidariedade de Portugal com as autoridades de São Tomé.
Também a guarda costeira de São Tomé não tem indicação de que houvesse portugueses a bordo do barco que naufragou. Fonte da guarda costeira adiantou à TSF que a única vitima estrangeira entre os passageiros é uma cidadã francesa.
O navio Anfitriti, que fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que dura entre seis e oito horas, zarpou do porto de São Tomé na noite de quarta-feira com destino à cidade de Santo António e naufragou já perto da ilha do Príncipe, na madrugada de quinta-feira.
A bordo viajavam 64 passageiros e oito tripulantes e o navio transportava 212 toneladas de carga.
Segundo as autoridades locais, o acidente causou oito mortos - quatro crianças e quatro adultos - e 9 desaparecidos. Cinquenta e cinco pessoas foram resgatadas com vida, três das quais foram transportadas para a ilha de São Tomé por apresentarem ferimentos graves.
O presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, afirmou haver registos de três passageiros estrangeiros -- duas portuguesas e um francês -, mas essa informação ainda não foi confirmada.
O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, anunciou a abertura imediata de um inquérito para "se apurarem as causas deste trágico acidente e assacar as eventuais responsabilidades".
O navio da Marinha portuguesa "Zaire", que se encontra em missão no país, com uma guarnição constituída por militares portugueses e são-tomenses, navegou de imediato para o local do naufrágio.