O presidente francês saudou hoje a detenção do ex-chefe dos serviços secretos militares de Kadhafi, Abdullah al-Senoussi, e anunciou que a França vai pedir a sua extradição, depois de a Líbia também já o ter feito.
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«O presidente da República regozija-se vivamente com a detenção, pelas autoridades da Mauritânia, de Abdullah al-Senoussi, antigo chefe dos serviços de informação líbios durante o regime do coronel Kadhafi», indica um comunicado do Eliseu, segundo a agência de notícias AFP.
Pilar do regime líbio deposto e cunhado de Muammar Kadhafi, o coronel Abdullah al-Senoussi, procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), foi preso esta madrugada no aeroporto de Nouakchott, na Mauritânia.
Sobre ele pende uma ordem de detenção internacional por ter participado num atentado em 1989 contra um avião francês e que resultou na morte de 170 pessoas, 54 delas francesas.
«Resultado de esforços conjuntos das autoridades francesas e mauritanas, em que as autoridades líbias foram sendo informadas, a França vai pedir nas próximas horas o pedido de extradição à justiça mauritana», acrescenta o comunicado.
Entretanto, o governo líbio anunciou que já pediu às autoridades mauritanas, via Interpol, a extradição de al-Senoussi.
«O governo líbio está prestes a receber Abdullah al-Senoussi, que será detido numa prisão líbia e julgado num processo justo», precisou o porta-voz, acrescentando que na altura da detenção, al-Senoussi estava acompanhado por uma outra pessoa, que pode ser seu filho.
O ex-chefe dos serviços de informação líbios foi interpelado pelos serviços de segurança mauritanos no momento em que chegava de Casablanca, Marrocos, num voo regular e, segundo a mesma fonte, com um passaporte mauritano falso.
A Mauritânia não subscreveu o Tratado de Roma e, em teoria, não está obrigada a extraditar al-Senoussi.