Desenhada há mais de 200 anos, a "Union Jack" combina as cores dos três santos padroeiros de Inglaterra, Irlanda e Escócia. Em caso de independência da Escócia, a cruz branca diagonal sobre fundo azul pode desaparecer.
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Se a Escócia escolher a independência no referendo de quinta-feira, o Reino Unido vai mudar e, eventualmente, também a sua bandeira nacional, a mundialmente famosa "Union Jack".
Num tal caso, seria necessário decidir um novo desenho, com a entrada, ou não, da cor verde e do dragão vermelho da bandeira do País de Gales, ausentes da "Union Jack".
Segundo um inquérito realizado pelo Flag Institute, a associação britânica de vexilologia (estudo das bandeiras e suas simbologias), 65% dos inquiridos afirmaram que a bandeira deve mudar.
A questão mais difícil, segundo um dos responsáveis da associação, Graham Bartram, será a de saber mudar para quê: «As opiniões são muito divergentes», disse à agência France Presse.
Downing Street fez saber, através de um porta-voz, que não está a considerar nenhuma alternativa e «não tem previsto qualquer plano sobre esse assunto».
O Flag Institute, que recebeu numerosas propostas, considera que o governo «não vai tentar impor o que quer que seja» e deixará a escolha aos cidadãos, certamente através de uma votação.
Mas Graham Bartram não vê razão para mudar: «É a bandeira mais reconhecível do mundo, porquê abandoná-la?», questiona.
A "Union Jack", comparável a um ícone e que surge em todos os suportes imagináveis - do postal à chávena de chá, passando pelo pronto-a-vestir -, deve a sua popularidade, segundo Bartram, a «um design verdadeiramente único», fácil de reconhecer por todos, e à expressão da potência da antiga Marinha britânica, «que levou a bandeira a todo o lado», a todos os mares do globo.
A "Union Jack" deve aliás o seu nome às pequenas bandeiras colocadas na parte da frente dos navios, sendo que 'jack' significa pequena, explicou.
No entanto, segundo constitucionalistas ouvidos pelo jornal The Guardian, se a Escócia se tornar independente mas mantiver a rainha Isabel II como chefe de Estado, como prometeram os nacionalistas, não será necessário alterar a bandeira, que representa mais uma união de coroas que uma união de nações.