Cheias em Moçambique podem agravar-se se o Zimbabué decidir abrir as comportas. Embaixador português no Zimbabué garante que, para isso acontecer, os outros países têm de ser avisados.
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A passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Maláui atingiu, pelo menos, 2,8 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas. Com o número de mortos confirmados a subir a cada dia, as autoridades continuam numa corrida contra o tempo para tentar resgatar sobreviventes da tragédia. As operações estão a ser dificultadas pelas condições meteorológicas, em Moçambique, onde tem continuado a chover.
Um dos receios em várias zonas de Moçambique é a possibilidade de que o Zimbabué abra as comportas das barragens, o que poderia complicar ainda mais a situação das populações moçambicanas afetadas pelas cheias.
A vila de Búzi teme ficar submersa e que a população não consiga abandonar o local a tempo. Receios que o embaixador de Portugal no Zimbabué garante serem injustificados.
Em declarações à TSF, Miguel de Calheiros Velozo afirma que, para já, não deve ser dada ordem para a abertura das comportas, e que, caso tal aconteça, haverá um aviso prévio.
"Neste momento, aqui no Zimbabué, as condições do tempo melhoraram bastante. Desde que a água não atinja níveis perigosos, pode ser que as barragens não tenham que ser abertas", disse o embaixador português.
"As barragens poderão, eventualmente, ser abertas se as condições meteorológicas o justificarem, mas existem protocolos de pré-aviso entre os países da zona de influência das barragens.(...) As autoridades dos países limítrofes serão avisadas com antecedência", sublinhou.
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Pelo menos 259 pessoas perderam a vida, no Zimbabué, devido ao ciclone que atingiu o país na última semana, mas há ainda mais de duas centenas de desaparecidos. O embaixador de Portugal no Zimbabué garante, contudo, que não há registo de vítimas de nacionalidade portuguesa.
"A comunidade portuguesa não foi atingida", declarou Miguel de Calheiros Velozo, adiantando que o movimento na secção consular portuguesa tem continuado.
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