Sebastião Bugalho: Nobel da Paz para María Corina Machado "é uma vitória de todos os democratas venezuelanos"
Em declarações à TSF, o eurodeputado refere que este reconhecimento pertence sobretudo àqueles que votaram em Edmundo González "e que viram o seu voto profundamente desrespeitado por uma sabotagem eleitoral". Agora, é tempo de repor liberdades na Venezuela
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Sebastião Bugalho, eurodeputado e vice-coordenador do PPE na comissão dos Assuntos Externos do Parlamento Europeu, saúda na TSF María Corina Machado por lutar de forma "corajosa" pela democracia na Venezuela e, por isso, o Nobel da Paz atribuído esta sexta-feira é "muito merecido".
Este reconhecimento, considera ainda, "é uma vitória de todos os democratas venezuelanos", seja dos que ainda vivem no país — muitos deles "perseguidos e na clandestinidade", como a própria vencedora —, seja os que saíram do território.
Mas este prémio é, sobretudo, daqueles que votaram em Edmundo González "e que viram o seu voto profundamente desrespeitado por uma sabotagem eleitoral, aliás referida por observadores independentes convidados pelo próprio regime, como foi o caso do Centro Carter".
O também co-autor da iniciativa que levou ao Prémio Sakharov para Corina Machado no ano passado espera que o Nobel da Paz represente mais do que pressão sobre o governo de Nicolás Maduro e se traduza na reposição das liberdades no país, respeito pelos resultados eleitorais das presidenciais de 2024 e libertação "imediata" dos presos políticos na Venezuela.
A oposição venezuelana foi premiada “pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, explicou a organização do Nobel.