O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, advertiu hoje, em Seul, a Coreia do Norte contra a tentação de um teste de míssil, que seria um «enorme erro».
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«Se [o líder norte-coreano] Kim Jong-un decide lançar um míssil, quer seja através do mar do Japão ou em qualquer outra direção, vai escolher deliberadamente ignorar a totalidade da comunidade internacional», declarou John Kerry, em conferência de imprensa, no início de uma visita à Ásia.
«Seria um enorme erro fazer isso porque isso ia isolar ainda mais o seu país», considerou, acrescentando que a retórica bélica de Pyongyang é «inaceitável».
O secretário de Estado norte-americano fez um novo apelo à China, único aliado de peso e apoio económico de Pyongyang. Os dirigentes norte-coreanos «devem preparar-se para viver de acordo com as obrigações e os critérios internacionais que aceitaram», declarou.
No sábado, Kerry estará em Pequim, antes de seguir para o Japão.
A China tem «um enorme potencial para fazer a diferença nesta questão», acrescentou.
O responsável norte-americano sublinhou que os Estados Unidos apoiam «a visão» do novo Governo da Coreia do Sul, a favor da construção de uma relação de confiança com o Norte.
«Todos devemos insistir na paz, nas possibilidades de reunificacão e num futuro muito diferente para» a península coreana, afirmou.
A visita de Kerry a Seul coincidiu com a do secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, que também pediu hoje a Pyongyang que ponha fim à campanha de ameaças.
Durante a campanha eleitoral, a nova presidente sul-coreana, Park Geun-hye, distanciou-se da intransigência que caracterizava a política do chefe de Estado cessante Lee Myung-bak, que suspendeu a ajuda humanitária a Pyongyang.
A chegada de Park à chefia da Coreia do Sul, no final de fevereiro, coincidiu com a brusca subida das ameaças de Pyongyang, desencadeadas por novas sanções da ONU.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte fez uma série de ameaças de ataques nucleares, na sequência das sanções da ONU - decididas após a realização do terceiro teste nuclear do país, em fevereiro - e das manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.