O Governo russo retomou esta quarta-feira a sua participação no acordo sobre as exportações de cereais que esteve suspenso no fim de semana.
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Partiram de portos ucranianos seis navios carregados de cereais rumo à Turquia. O Ministério da Defesa turco confirmou que os cargueiros deixaram os portos esta manhã, mas não revelou os locais de origem dos carregamentos.
Os navios vão utilizar o corredor humanitário seguro no mar Negro, rota que já permitiu a exportação de 9,7 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas da Ucrânia, apesar do conflito, graças ao acordo internacional assinado em julho, sob a égide da Turquia e da ONU.
O Governo russo anunciou na quarta-feira o regresso ao acordo assinado com a Ucrânia para garantir a exportação de cereais, depois de considerar "suficientes" as garantias recebidas por parte da ONU e da Turquia, de modo a que as forças ucranianas não utilizem este acordo para realizar operações militares.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pela sua colaboração e compromisso no restabelecimento do acordo de exportação de cereais desde os portos ucranianos, suspenso pela Rússia no fim de semana em retaliação por um alegado ataque ucraniano contra a sua frota no mar Negro.
O chefe de Estado ucraniano elogiou a "participação ativa" e o "apoio firme" do Presidente turco sobre a "soberania e integridade territorial da Ucrânia".
Por seu lado, Erdogan manifestou satisfação por ter conseguido o restabelecimento do acordo com a Rússia, pois considera que o trigo ucraniano e os fertilizantes russos são suprimentos de vital importância para todo o mundo, especialmente para as regiões mais desfavorecidas.
Já o Presidente russo, Vladimir Putin, advertiu que suspenderá novamente o acordo de exportação de cereais ucranianos se Kiev violar as garantias escritas de não utilizar o corredor humanitário e os portos ucranianos para fins militares.