Seis séculos de história de arte reunidos num museu: Madrid inaugura esta terça-feira a Galeria das Coleções Reais
Conta com três salas de exposição de 2000 metros quadrados cada: uma dedicada à dinastia dos Austrias, outra à dinastia dos Borbones e outra para exposições temporais.
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Madrid tem a partir desta terça-feira um novo espaço dedicado à arte. Trata-se da Galeria das Coleções Reais, um projeto que levou mais de 25 anos a concretizar e que pretende expor o melhor património que está espalhado pelos vários sítios reais do país.
Construída ao lado do Palácio Real e da Catedral da Almudena, a Galeria estreia-se com uma seleção de 650 obras das mais de 170.000 existentes. As peças expostas vêm sobretudo do Palácio Real de Madrid, do Mosteiro de São Lourenço do Escorial, do Convento das Descalças Reais, entre outros monumentos repartidos por todo o país.
A exposição abre com um retrato de Isabel a Católica e fecha com outro de Isabel II, num círculo perfeito de duas personagens chave para esta Galeria: Isabel a Católica foi quem introduziu o colecionismo na família real, e Isabel II quem nacionalizou essas peças para passarem a ser património do país.
"Aqui vai estar reunida toda a história de arte à volta dos Reis e da Coroa, desde finais do século XV até aos dias de hoje", explicou Letícia Ruiz, diretora das Coleções Reais, em conferencia de imprensa.
A seleção das obras pretende fazer uma viagem pelo colecionismo artístico de cada reinado, de forma cronológica, com espaços dedicados à dinastia dos Austrias, à dinastia dos Borbones e outro para exposições temporais. No conjunto, as três salas de exposições contam com 6000 metros quadrados.
Ali mostram-se pinturas, esculturas, armaduras, livros, carroças e tapetes, e obras de artistas como Velázquez, Goya, Caravaggio, Tiziano o El Greco.
A variedade das peças é tanta que permitirá fazer exposições de características totalmente diferentes. "Às vezes vamos parecer-nos, pela seleção de pinturas, a algumas salas do Museu do Prado; outras transformamo-nos no melhor museu de arte decorativo que possa haver na Europa. Acho que vai ser um Museu único", garantiu.
O maior desfio da sala é conseguir expor peças valiosas para o público mas sem retirar valor aos monumentos que antes as albergavam e onde pertencem. Por isso, algumas obras estarão permanentemente nesta Galeria, mas outras serão expostas de forma rotativa, para que possam voltar ao lugar de origem durante algum tempo.
Como não poderia ser de outra forma, o espaço será inaugurado esta tarde pelos Reis de Espanha Felipe VI e Letizia. Na cerimónia estará presente também o primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, naquele que será o seu primeiro ato oficial depois das eleições.