"Selvagem e planeada". Presidente da Turquia aponta o dedo à Arábia Saudita pela morte de jornalista
Erdogan fez estas declarações perante o parlamento turco, afirmando que não tem dúvidas de que o jornalista foi assassinado no consulado. O presidente da Turquia quer levar o caso até às últimas consequências e saber quem deu a ordem.
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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que há fortes evidências de que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi planeado com dias de antecedência por responsáveis sauditas.
Estas declarações foram feitas por Erdogan, que falou, esta terça-feira no parlamento turco, acrescentando que o jornalista foi morto "de forma selvagem" e deixando o aviso: não pode haver um encobrimento do caso, sendo necessário "apurar toda a verdade".
Erdogan deu também conta de que foram feitas 18 detenções relacionadas com o caso, na Arábia Saudita, um número que corresponde às informações apuradas pela Turquia sobre o caso.
O presidente turco adiantou ainda que terá dito ao Rei Salman, da Arábia Saudita, que o consulado saudita em Istanbul é incompetente e que o mesmo estava dispensado das suas funções, pelo que deveria regressar ao seu país.
Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca. Não voltou a ser visto.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
A Arábia Saudita acabou por admitir, no último sábado, que o jornalista foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades sauditas terem afirmado que Khashoggi saíra vivo do consulado.