"Selvagem e planeada". Presidente da Turquia aponta o dedo à Arábia Saudita pela morte de jornalista

epa07112809 Turkish President Recep Tayyip Erdogan waves before addressing the parliament in Ankara, Turkey 23 October 2018. Erdogan is expected to address the parliament on the case of Saudi journalist Jamaal Khashoggi. Saudi Arabian official media on 19 October reported that journalists Jamal Khashoggi died as a result of a physical altercation inside the kingdom's consulate in Istanbul, where he was last seen entering on 02 October for routine paperwork. EPA/STR
EPA
Erdogan fez estas declarações perante o parlamento turco, afirmando que não tem dúvidas de que o jornalista foi assassinado no consulado. O presidente da Turquia quer levar o caso até às últimas consequências e saber quem deu a ordem.
Corpo do artigo
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que há fortes evidências de que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi planeado com dias de antecedência por responsáveis sauditas.
Estas declarações foram feitas por Erdogan, que falou, esta terça-feira no parlamento turco, acrescentando que o jornalista foi morto "de forma selvagem" e deixando o aviso: não pode haver um encobrimento do caso, sendo necessário "apurar toda a verdade".
Erdogan deu também conta de que foram feitas 18 detenções relacionadas com o caso, na Arábia Saudita, um número que corresponde às informações apuradas pela Turquia sobre o caso.
O presidente turco adiantou ainda que terá dito ao Rei Salman, da Arábia Saudita, que o consulado saudita em Istanbul é incompetente e que o mesmo estava dispensado das suas funções, pelo que deveria regressar ao seu país.
Jamal Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para se casar com uma cidadã turca. Não voltou a ser visto.
O jornalista saudita, que colaborava com o jornal The Washington Post, estava exilado nos Estados Unidos desde 2017 e era um reconhecido crítico do poder em Riade.
A Arábia Saudita acabou por admitir, no último sábado, que o jornalista foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante vários dias, as autoridades sauditas terem afirmado que Khashoggi saíra vivo do consulado.