O papa Francisco agradeceu às entidades portuguesas e pediu uma bênção especial.
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O papa Francisco, na habitual audiência semanal, às quartas-feiras, voltou a agradecer a Portugal pela organização da Jornada Mundial da Juventude. Numa intervenção de quase dez minutos, o papa elogiou a organização, dizendo que o encontro mostrou que é possível ter um mundo melhor.
"Os jovens em Portugal são já hoje uma presença vital. Agora, depois desta passagem das igrejas de todo o mundo, sê-lo-ão ainda mais. Tantos jovens que vieram a Roma e mesmo aqui estão alguns que participaram nesta Jornada. A Jornada Mundial da Juventude mostrou a todos que é possível um novo mundo, um mundo de irmãs e irmãos onde as bandeiras de todos os povos esvoaçam juntas, sem ódios, sem medo, sem clausura, sem armas", afirmou o papa.
O papa agradeceu também às entidades portuguesas e pediu uma bênção especial.
"Obrigado a todos. Pela intervenção da virgem Marisa, senhor, abençoe os jovens do mundo inteiro e o povo português. Oremos todos juntos a nossa senhora para que abençoe o povo português", agradeceu Francisco.
Na mesma intervenção, o papa Francisco questionou-se depois se a "mensagem clara dos jovens" será ouvida pelos "grandes da terra".
"Esperamos que o mundo inteiro os ouça e veja que estão a avançar", acrescentou, afirmando que a JMJ mostrou ser possível "uma alternativa à guerra".
Francisco dirigiu ainda algumas palavras de encorajamento ao povo ucraniano: "Muitos de vós vão em peregrinação a Jasna Góra (Polónia) e a outros santuários marianos, por isso confio-vos um desejo que trago no coração: o desejo de paz no mundo (...). Rezai por este dom inestimável, especialmente pela amada e atormentada Ucrânia".
O papa assegurou ainda que durante a deslocação a Fátima rezou pela paz.
"Durante as JMJ voltei a Fátima, ao local da aparição, e juntamente com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: orgulho, mentira, inimizade, violência. O mundo está doente com estas doenças", disse.
"Rezei pela paz, porque há tantas guerras em todas as partes do mundo", acrescentou naquela que foi a primeira audiência geral após a pausa de julho.
O papa já tinha adiantado, durante o voo de regresso a Itália, que quando esteve no santuário de Fátima - onde não leu o discurso nem a oração que tinha preparado - apesar de ser esperado um apelo público à paz, decidiu fazê-lo em silêncio e sem o publicitar.
Disse ainda que encontrou "um grupo de jovens ucranianos que trouxeram histórias de dor" para a JMJ, adiantando que o encontro "não era uma viagem de férias, uma viagem turística, mas um encontro com Cristo".
Depois de garantir que "a sua saúde está ótima" e que não tem problemas de visão, disse que cortou ou não leu os discursos em algumas cerimónias da JMJ para comunicar melhor com os jovens.
A JMJ de Lisboa terminou no domingo, no mesmo dia em que o papa Francisco, que chegou a Portugal na quarta-feira, regressou ao Vaticano. O maior acontecimento da Igreja Católica juntou cerca de 1,5 milhões de jovens no Parque Tejo, em Lisboa, para uma missa e uma vigília, com a presença do papa Francisco.
O anúncio da escolha de Lisboa foi feito a 27 de janeiro de 2019, na missa de encerramento da JMJ na Cidade do Panamá, pelo prefeito do Dicastério para os Leigos, Família e Vida. Este dicastério é o organismo do Vaticano que organiza a JMJ com um comité local.
A próxima JMJ realiza-se dentro de quatro anos em Seul, na Coreia do Sul.