Sem soluções da diplomacia portuguesa, nove portugueses tentam sair do Irão através de fronteira terrestre
Grupo de turistas espera passar esta tarde para território turco.
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Um grupo de nove portugueses, que estava a conhecer o Irão numa viagem de 18 dias, vai tentar sair do país através da fronteira terrestre com a Turquia. Quando falou com a TSF, o guia do grupo, Fábio Inácio, relatou que estavam a cerca de 500 quilómetros da fronteira.
"Estávamos no centro do Irão, numa cidade líndissima no deserto. Vimos o que se estava a passar e decidimos alterar os nosso voos. Alterámos, mas depois o espaço aéreo foi encerrado quando começaram os bombardeamentos. Então eu aluguei uma carrinha. Estamos a ir em direção à Turquia. Estamos neste momento a 500 quilómetros da fronteira e vamos passar esta tarde", descreve.
Apesar da agitação internacional, Fábio Inácio relata um quotidiano normal nas ruas do Irão. "Fomos a um restaurante ontem à noite com música ao vivo, cheio de iranianos a dançarem", exemplifica.
O guia turístico lamenta que a embaixada portuguesa não tenha até agora apresentado nenhuma solução, o que obrigou este grupo de portugueses a traçar um plano improvisado para sair do Irão. "Quando isto aconteceu liguei para a embaixada mas não atenderam. Tentei ligar para o número de emergência mas não atenderam. A nossa empresa em Portugal conseguiu falar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas connosco diretamente ninguém falou. Ninguém nos deu a solução de sermos incluídos num voo de repatriamento", afirma. "Não quisémos ficar parados e por isso decidimos alugar uma carrinha e sair."
Na noite de sábado e madrugada de domingo o Irão lançou um ataque contra Israel, com mais de 200 drones, mísseis de cruzeiro e balísticos. O exército israelita garante que intercetou 99% dos engenhos.
A tensão entre os dois países começou a agravar-se na sequência de um bombardeamento ao consulado do Irão em Damasco, capital da Síria. O incidente, que aconteceu no dia 1 de abril, matou sete elementos da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
