Depois da polémica substituição do ministro da Saúde, em plena pandemia, o Presidente brasileiro tem nova crise dentro do Governo.
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Sergio Moro, o super ministro da justiça e da segurança nacional do Brasil, pode sair do governo Jair Bolsonaro a qualquer momento.
Em reunião com o presidente da República, Moro soube da intenção de Bolsonaro de demitir o diretor-geral da polícia federal Maurício Valeixo.
O responsável da polícia é um quadro técnico da mais estrita confiança de Moro, nomeado para o cargo pelo próprio ex-juiz da Lava Jato.
A intenção de Bolsonaro substituir Valeixo - e coloca-lo num cargo diplomático em Portugal - já é antiga - sobretudo desde que o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, foi envolvido num caso de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro por desvio de salários dos seus assessores.
Outro caso de polícia em que o nome de Bolsonaro vem sendo citado é o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.
Em fevereiro já deste ano Moro foi colocado em xeque: Alberto Fraga, deputado amigo de Bolsonaro de há longa data, disse-se mais capacitado para exercer a pasta da segurança.
Neste momento, Bolsonaro tenta demover Moro da sua decisão de sair ao lado de Valeixo. E conselheiros do presidente tentam demover o próprio chefe de estado de querer demitir o chefe da polícia brasileira.
Moro é o mais popular dos ministros do governo, uma popularidade adquirida na condição de juiz da Operação Lava Jato, quando condenou políticos à prisão, entre os quais Lula da Silva, rival eleitoral de Bolsonaro em 2018.
Na semana passada, recorde-se, Bolsonaro demitiu outro ministro popular, o titular da saúde, Luiz Henrique Mandetta, cuja condução da luta contra o Covid-19 era contrária à do presidente.