O diretor dos serviços secretos dos Estados Unidos defendeu os programas de escuta de comunicações privadas afirmando que são um instrumento eficaz na luta antiterrorista.
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«Durante a semana passada, assistimos à revelação irresponsável de medidas tomadas pelos serviços secretos para assegurar a segurança dos americanos», afirmou James Clapper num comunicado, o segundo publicado esta semana e o mais completo sobre esta matéria, noticia a AFP.
As revelações nos meios de comunicação social trouxeram ao conhecimento do público dois programas secretos da Agência Nacional de Segurança (NSA), um relativo à recolha, desde 2006, de dados das chamadas telefónicas nos Estados Unidos pelo operador Verizon, e provavelmente de outros operadores, e outro denominado PRISM que visava intercetar as comunicações de internautas estrangeiros fora dos Estados Unidos em nove grandes redes sociais como o Facebook.
«Na fúria de publicar, os órgãos de informação não deram o contexto inteiro, no qual estes programas eram postos em ação, nomeadamente o grau de controlo exercido pelos três ramos do Governo», escreveu Clapper, evocando o caráter «vital» para garantir a segurança dos Estados Unidos e dos seus aliados.
O programa PRISM «é legal», assegurou o responsável sublinhando que tinha sido debatido no Congresso e recentemente novamente autorizado.
James Clapper disse também que o PRISM não era um programa secreto, mas antes «um sistema informático interno do Governo utilizado para facilitar a recolha autorizada de informação no estrangeiro, junto dos fornecedores de serviços de comunicações eletrónicas, supervisionado pela Justiça».
Este programa, autorizado no quadro do 'Foreign Intelligence Surveillance Act' (lei sobre vigilância e informação no estrangeiro), «era largamente conhecido e tinha sido referido publicamente desde que foi posto em ação em 2008».
«Os fornecedores de serviços prestavam informações ao Governo quando confrontados com uma decisão judicial», afirmou.