A Coreia do Sul confirmou hoje, oficialmente, que os três aviões não tripulados encontrados no seu território foram enviados pela Coreia do Norte, apesar de assegurar que estes dispositivos de espionagem não são suficientemente avançados para representarem um perigo real.
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Os três drones recolhidos nas últimas semanas na Coreia do Sul continham baterias com letras norte-coreanas e eram de cor azul clara como os que Pyongyang exibiu nos seus desfiles militares, anunciou hoje o Ministério de Defesa de Seul ao apresentar os resultados da sua investigação.
A investigação, concluída 18 dias depois da descoberta do primeiro de três aviões não tripulados, também determinou que estes aparelhos estavam equipados com câmaras de fabrico japonês, que terão tirado fotos aéreas do território sul-coreano.
Uma das câmaras fotografou a Casa Presidencial de Seul e as imediações, mas a qualidade das imagens que os drones norte-coreanos são capazes de capturar não é superior à dos mapas da Google, ilustrou hoje o Ministério da Defesa no seu relatório.
Além disso, a investigação concluiu que os drones norte-coreanos não são suficientemente sofisticados para enviar fotografias captadas em tempo real.
A descoberta dos 'drones' surge numa altura de tensão na península, acentuada depois de a Coreia do Norte ter efetuado exercícios navais no Mar Amarelo, junto à fronteira com o Sul, que desencadearam, esta terça-feira, uma troca de fogo de artilharia no mar, entre os dois exércitos.
O Exército norte-coreano lançou perto de 500 rondas de artilharia sobre a água, das quais quase cem caíram do lado do Sul, o que levou Seul a responder com tiros idênticos, enviar aviões 'F-15' e retirar para refúgios os residentes de Baengnyeong e de outras ilhas fronteiriças.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com a assinatura de um armistício, e que nunca foi substituído por um tratado de paz definitivo.